O Movimento para a Democracia (MpD) responsabilizou hoje as câmaras de São Filipe e dos Mosteiros, presididas por autarcas do PAICV, pela proliferação de casos de dengue a nível da ilha do Fogo.
O porta-voz do Conselho Regional do MpD, Filipe Santos, em conferência de imprensa, denunciou a situação de “extrema gravidade” que, segundo o mesmo, está a “colocar em risco” a vida e saúde das pessoas.
Sublinhou que o seu partido não podia ficar em silêncio perante a “total incompetência e irresponsabilidade” das câmaras de São Filipe e Mosteiros.
“Desde Novembro de 2023 já foram registados mais de 800 casos de dengue na ilha. Este número escandaloso é o resultado directo da falta de acção e de gestão desastrosa dessas câmaras”, disse Filipe Santos, que excluiu a câmara de Santa Catarina do Fogo, gerida pelo MpD, com o facto de se ter registado neste espaço territorial “apenas 16 casos”.
O porta-voz do Conselho Regional do MpD avançou que nas ribeiras e encostas dos municípios de São Filipe e Mosteiros o cenário é de “total abandono” com latas velhas, garrafas de plásticos, pneus usados, carcaças de carros e maquinarias abandonadas, lotes de terreno para construção cheio de lixos e arbustos, “completamente negligenciado” pelas duas câmaras.
Para Filipe Santos, as câmaras “não têm cumprido as suas verdadeiras atribuições” de garantir o saneamento básico, a saúde pública e a segurança das pessoas.
“A omissão das câmaras de São Filipe e dos Mosteiros nesta luta não é apenas irresponsável, é criminosa”, declarou o também deputado do MpD, que recusou a responder se as câmaras da ilha Brava e de Santiago, onde foi decretado o estado de alerta pelo Governo, são também responsáveis e criminosas na questão de luta contra a dengue.
Para Filipe Santos, as câmaras municipais são responsáveis a 100 por cento (%) pelo saneamento básico, que é uma das suas atribuições, e retirou quaisquer responsabilidades do Ministério da Saúde e do Governo em relação a esta matéria.
Confrontado com o facto de o alerta ter sido decretado para as ilhas do Fogo, Santiago e Brava, e não apenas para a ilha do Fogo, o porta-voz do Conselho Regional do MpD escusou-se a responder, limitando a dizer que a conferência era para falar “essencialmente da situação da ilha do Fogo” e que os outros partidos políticos e outros parlamentares podem falar sobre a situação nas outras ilhas.
Desde a notificação do primeiro caso de dengue, em Novembro do ano passado, até a primeira semana de Agosto, os municípios de São Filipe e Mosteiros tinham notificados 1.071 casos suspeitos, dos quais 599 no município de São Filipe e 472 nos Mosteiros.
Dos casos suspeitos notificados, mais de metade, 527, foram confirmados por exames laboratoriais, dos quais 340 no município de São Filipe e 187 nos Mosteiros.
No município de São Filipe há o registo de casos de tipo três (maioria) e do tipo um (um caso notificado).
A Semana com Inforpress
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