O médico especialista em cirurgias vasculares do Hospital Santo António do Porto, em Portugal, António Norton de Matos, disse esta sexta-feira, que Cabo Verde terá todas as condições para realização do Transplante Renal dentro de dois meses.
O médico avançou a informação esta manhã, em jeito de balanço da missão técnica em cirurgia vascular que se encontra no Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN) para avaliar as condições de implementação do projecto de transplante renal no país e proceder cirúrgicas aos pacientes com casos complicados de fístula arteriovenosa.
“Daqui a dois meses Cabo Verde estará em condições de fazer os transplantes dos doentes com problemas renais. Aqui é simples encontrar doadores jovens de um determinado paciente, ou seja, os familiares estão sempre disponíveis, diferente de Portugal”, elucidou.
Em relação às condições técnicas, o médico que é também o chefe da missão portuguesa, que esteve acompanhado do cirurgião urologista, especializado no transplante renal Paulo Príncipe, afirmou que o HUAN tem o apoio da cooperação portuguesa na realização de testes de compatibilidade.
Mas diante destas condições essenciais para fazer as intervenções, António Norton de Matos assegurou que o HUAN precisa de manutenção em alguns equipamentos de carpintaria no espaço do bloco operatório, de forma a melhorar as condições no momento da cirurgia e adquirir pequenos instrumentos para complementar aquilo que já tem, afiançando que o resto está tudo “viabilizado”, para realizar cirurgias.
Precisou também que um doente transplantado gasta "menos dinheiro" para o hospital, leva uma vida normal, têm mais tempo de vida, menos doenças e complicações do que os doentes que fazem diálise.
Para a médica cirurgiã desta área Denise Pereira, a missão trouxe “grande ganho” para o hospital e para Cabo Verde, pois, avançou que foram realizadas 30 cirurgias com sucesso, e que os pacientes estão “bem-dispostos”.
No que tange ao transplante renal, afiançou que tem que ser uma realidade, realçando que em Cabo Verde os pacientes são "muitos jovens" e que é preciso consciencializar a população da importância do transplante e mover meios para que isso seja uma realidade em breve.
Por sua vez, o director da Unidade de Diálise do HUAN, Helder Tavares, dissse que esta missão está em Cabo Verde desde o dia 26 do corrente mês, e que tem ajudado “muito” os doentes com doenças renais.
Conforme referiu, o país vem registrando aumento de casos desta doença e que se torna cada vez "mais complicado e exigente".
“Deparamos que esta missão não vai ser suficiente aos nossos doentes”, frisou, asseverando que o centro está a reduzir a sua capacidade máxima de resposta. Com isso, realçou que a necessidade do transplante é cada vez "maior”.
O responsável adiantou ainda que além dessas cirurgias de fístula arteriovenosa para doentes em hemodiálise, esta missão ajudou também a única médica cirurgiã no hospital na área a fazer a cirurgia vascular complexa.
Segundo frisou, é preciso ter "mais especialistas" para atender “muitas demandas” que têm aparecido no dia a dia.
De realçar que esta missão de especialistas portugueses em cirurgia vascular está a cooperar com Cabo Verde desde 2015.
A Semana com Inforpress
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