O secretário de Estado da Ordem Pública da Guiné-Bissau, José Carlos Macedo Monteiro, apresentou esta sexta-feira o pedido de demissão ao Presidente da República, anunciou o próprio.
O governante tem estado no centro da polémica com a proibição das manifestações na Guiné-Bissau e as recentes detenções de manifestantes.
José Carlos Monteiro explicou que apresentou a sua carta de demissão ao Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, "por não pretender beliscar o bom trabalho" do Governo.
Em breves declarações aos jornalistas e sem direito a perguntas, Monteiro disse que o seu pedido de demissão se deveu "a um entendimento" de que não tinha condições para se manter no Governo de iniciativa presidencial, em funções.
O político argumentou que, na tentativa de se explicar sobre as circunstâncias da sua decisão de mandar deter um cidadão, que teria insultado as autoridades nas redes sociais, sentiu que se excedeu.
Em conferência de imprensa na terça-feira, José Carlos Monteiro utilizou expressões injuriosas para explicar as palavras que tinham sido escritas pelo cidadão em causa, numa rede social.
Na altura, o secretário de Estado da Ordem Pública reafirmou a sua determinação em responsabilizar qualquer pessoa que insultasse as autoridades, sobretudo o Presidente da Guiné-Bissau, nas redes sociais.
Monteiro afirmou que as suas palavras "foram retiradas do contexto" e dão a impressão de que foram por si proferidas.
O político afirmou que jamais pretende beliscar a imagem e "um bom trabalho" do Governo e do Presidente da República da Guiné-Bissau.
"Decidimos livremente e sem pressão de ninguém e esta manhã apresentamos a nossa demissão ao Presidente da República", declarou José Carlos Monteiro, deixando ao critério de Umaro Sissoco Embaló a decisão a tomar.
Enquanto secretário de Estado da Ordem Pública, Monteiro tem estado no centro de uma polémica na Guiné-Bissau por ter determinado a proibição de manifestações públicas, sob a alegação de que o país vive numa situação de insegurança.
No passado dia 18, o governante ordenou a detenção de 93 ativistas da Frente Popular, uma organização integrada por associações juvenis, sindicatos e grupos de mulheres, que estavam a protestar contra o regime no país.
A Semana com Lusa
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