O Presidente da República, José Maria Neves, lembrou que cada país é soberano e que a assinatura do acordo militar celebrado entre a Rússia e São Tomé e Príncipe faz parte dessa soberania.
O Chefe de Estado cabo-verdiano respondeu assim quando questionado pela imprensa, durante a sua visita de dois dias a Bragança, que hoje termina, sobre o acordo e o papel da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), do qual também fazem parte Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
“O que devemos respeitar são as decisões soberanas dos diferentes Estados. E é claro que nós temos de trabalhar no quadro da CPLP para defender determinados princípios e valores que são essenciais até para o futuro da humanidade (…). A Rússia é um país soberano e age de acordo com as suas decisões internas e não cabe a nós imiscuir-nos nos assuntos internos”, frisou.
José Maria Neves explicou que sendo todos membros da CPLP, é preciso uma “permanente articulação” entre os Estados, já que cada um dos países da comunidade têm as suas diferenças, estão em espaços geopolíticos diferenciados e com interesses “muitas vezes diferenciados”.
“Devemos respeitar o direito internacional, respeitar a Carta das Nações Unidas e proporcionar a solução negociada pelos conflitos. Nós, Cabo Verde, de acordo com a nossa Constituição e estribados nela, condenamos veementemente a invasão da Ucrânia e achamos que deve, o mais rapidamente possível, com a participação de todos os intervenientes, haver negociações para a paz”, frisou.
Na mesma linha, o Presidente da República deixou claro que Cabo Verde também “condena a excessiva” reacção de Israel em relação aos ataques terroristas de 07 de Outubro.
“Achamos que a Carta das Nações Unidas, também neste caso, o direito humanitário internacional deve ser respeitado e a integridade do povo palestiniano deve ser respeitada. Dentro dessas balizas, nós também trabalhamos no quadro da CPLP para que todos possamos convergir no sentido de respeitar os Direitos Humanos, a integridade territorial dos países, a sua soberania e também procurar caminhos para a solução negociada pelos conflitos”, concluiu.
Da CPLP, fazem parte, para além de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, também Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e Timor-Leste.
A Semana com Inforpress
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