O partido governamental no Togo ganhou a maioria no parlamento, informou hoje a coumissão eleitoral, que anunciou os resultados provisórios da votação da semana passada, já rejeitada pela oposição.
Os resultados provisórios divulgados no sábado mostraram que o partido no poder, União para a República (UR), obteve 108 dos 113 lugares na votação que testou o apoio a uma proposta de nova constituição que eliminaria as eleições presidenciais e daria aos legisladores o poder de escolher o presidente.
A nova disposição constitucional prevê um mandato presidencial de quatro anos, com um limite de dois mandatos. Esta disposição torna provável que Faure Gnassingbe, de 57 anos, no poder desde 2005, seja reeleito pelo novo parlamento quando o seu mandato expirar em 2025, podendo permanecer no poder até 2033.
"Os togoleses pronunciaram-se claramente a nosso favor", disse à Associated Press Gilbert Bawara, porta-voz do partido.
Tanto a oposição como os líderes religiosos apelaram aos protestos depois de terem rejeitado a legislação aprovada pelos legisladores em março, após o termo do seu mandato.
O país da África Ocidental é governado pela mesma família há 57 anos, inicialmente por Eyadema Gnassingbe e depois pelo seu filho, Faure Gnassingbe, que tomou posse após eleições que a oposição descreveu como uma farsa.
Cerca de metade dos 8,8 milhões de habitantes do Togo estavam inscritos para votar nas eleições que tinham sido adiadas em pelo menos duas ocasiões devido a controvérsias sobre a nova legislação.
O porta-voz do partido da oposição, Eric Dupuy, disse à AP que não havia uma "verdadeira oposição" na votação parlamentar.
"O que está a acontecer no Togo é semelhante à Coreia do Norte", afirmou.
Os analistas também se mostraram preocupados com o facto de as eleições não terem correspondido às expectativas dos eleitores.
Nalguns locais, como a capital Lomé, a taxa de participação foi de apenas 33%, enquanto que nos bastiões do partido no poder, no norte do país, chegou a atingir os 97%.
A Semana com Lusa
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