Os professores no Sal, afectos aos dois agrupamentos escolares, afirmaram hoje que mesmo depois do ultimato para lançamento das notas até hoje, sexta-feira, o posicionamento de todos continua “irredutível” até que o ministério encontre soluções para as suas reivindicações.
Este posicionamento foi defendido pela porta-voz dos professores, Alessia Brígida, numa conferência de imprensa em frente ao liceu Olavo Moniz em Espargos, convocada para denunciar aquilo que chamam de “intimidação por parte do Ministério da Educação”.
Segundo a mesma fonte, hoje foi a data limite “imposta” para a introdução das notas no sistema, mas pelo facto do Ministério da Educação continuar a “ignorar e ameaçar” os professores, vão continuar firmes com a decisão de não lançar as notas.
“Hoje foi a data limite para a introdução das notas do segundo trimestre no sistema, mas os professores continuam sendo ignorados pela tutela, mesmo depois do nosso único pedido que o ministério reunisse com os três sindicatos que representam os professores e o núcleo de professores nacional para juntos escolherem o melhor caminho”, explicou.
“Entretanto ao contrário disto, os professores estão sendo ameaçados com processos disciplinares, com assédio moral, mas continuamos firmes e valentes que até então não vamos lançar as notas na plataforma, mas continuamos a dizer que todos os alunos têm conhecimento das suas notas, apenas não estão lançadas no sistema”, continuou a porta-voz.
Aléssia Brígida lembra que são cerca de 72 professores em toda a ilha que estão a ser “intimidados” de diversas formas, uma delas é o não pagamento do seguro dos professores.
“Já reparamos que os professores estão sem o seguro, mas que, no entanto, todos os meses são retirados os valores para este fim do nosso salário”.
A mesma fonte vai mais longe e diz que todos os professores receberam uma convocatória para comparecer na escola hoje para lançar as notas, sob pena de ser instaurado a cada um processo disciplinar, ao qual desconhecem o teor dos mesmos.
As reivindicações vão continuar, nas palavras de Aléssia Brígida, até que o ministério “reconsidere”, os pedidos de toda a classe.
“Temos professores que já terminaram a sua licenciatura e que foram transferidos para leccionarem no liceu, mas que continuam sem uma justa reclassificação e ainda é instaurado um processo disciplinar sob coisas vagas e o direito do professor mais uma vez está sendo sonegado”, sustentou.
Até que se ultrapasse todos os trâmites pelos quais um processo disciplinar tem que passar, os professores dizem que “vão aguardar com calma enquanto o ministério dignar em sentar com todos os sindicatos e falarem abertamente sobre esta situação”.
A porta-voz concluiu lembrando que “numa ilha como a do Sal, onde o custo de vida é elevadíssimo, há professores que já contaram sete meses sem receber os respectivos salários”, concluiu.
A Semaa com Inforpress
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