O Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, garantiu que vai impedir que as exportações de equipamento militar sérvio, como munições e projéteis, cheguem à Ucrânia, depois de ter recebido queixas da Rússia, avançou hoje a imprensa de Belgrado.
“Formámos aqui um grupo de trabalho, juntamente com os nossos parceiros russos, para apurar os factos”, disse Vucic na quinta-feira à noite, em declarações à televisão pública sérvia RTS.
O Presidente sérvio adiantou que vai emitir ordens para impedir a execução de contratos de exportação de munições, caso haja suspeitas de abusos em relação ao “utilizador final” e de que as remessas vão parar à Ucrânia.
Vucic referia-se a acusações recentes do Serviço de Informações Estrangeiro Russo (SVR), que na quinta-feira acusou a Sérvia de continuar a fornecer munições à Ucrânia “apesar da sua neutralidade oficialmente declarada”.
De acordo com os serviços de informação russos, pelo menos sete empresas de defesa sérvias enviaram centenas de milhares de projéteis e milhões de munições para armas de pequeno porte para a Ucrânia, utilizando certificados falsos de utilizador final.
“Estes carregamentos dificilmente podem ser justificados por ‘motivos humanitários’. O seu único propósito óbvio é matar e mutilar militares e civis russos”, acusou o SVR.
O líder sérvio tinha assegurado anteriormente que o seu país não exportava munições para a Ucrânia ou para outros países que enviam este material para o país invadido pela Rússia, embora tenha reconhecido que não pode garantir que certos países não as transfiram secretamente para Kiev.
Vucic disse na quinta-feira à noite que discutiu esta questão durante a sua visita a Moscovo, realizada na segunda semana de maio, quando se encontrou com o Presidente russo, Vladimir Putin.
Além disso, o Presidente sérvio enfatizou que as fábricas de armas sérvias “devem sobreviver e funcionar”.
“Se não podemos exportar para os Estados Unidos, para a União Europeia, a Turquia, os países árabes ou África, para onde podemos exportar armamento? Além disso, deixámos de exportar armas, exportamos apenas munições”, concluiu.
A Semana com Lusa
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