O ministro da Agricultura e Ambiente reconheceu esta segunda-feira a importância das florestas comunitárias na luta contra as mudanças climáticas, realçando o papel das comunidades locais e povos indígenas na mitigação dos seus efeitos e na conservação da biodiversidade.
Gilberto Silva fez estas considerações hoje ao presidir a abertura do workshop “Intercâmbio de conhecimento sul-sul sobre floresta comunitária: da África Ocidental para o mundo”.
“Estamos, pois, cientes da importância deste intercâmbio Sul-Sul sobre a floresta comunitária, da África Ocidental para o mundo, pois, inegavelmente, a floresta comunitária constitui um instrumento de estratégia fundamental na luta global contra as mudanças climáticas”, disse.
Segundo a mesma fonte, as comunidades rurais e povos indígenas desempenham “um papel central” na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e na conservação da biodiversidade.
No caso de Cabo Verde assinalou que originalmente sem cobertura florestal, o país tem vindo a construir activamente os seus ecossistemas florestais desde 1975, alcançando atualmente cerca de 55 mil hectares de áreas florestadas "graças ao apoio da cooperação internacional” e à “mobilização das comunidades locais".
“Neste processo, há inexistência de uma tradição florestal milenar como no caso dos nossos países irmãos, aqui, vizinhos da nossa região, mormente no que tange à parte da gestão, da sumpção das comunidades, e por isso temos aqui muito o que aprender com os países vizinhos”, reconheceu.
Entretanto, afirmou que Cabo Verde aposta numa abordagem de “floresta participativa”, com o objetivo de, no futuro, consolidar florestas comunitárias, manifestando expectativa em relação aos resultados do workshop e à futura Declaração da Praia, que deverá orientar as políticas de governança florestal na região.
Por seu lado, a representante interina da FAO em Cabo Verde, Moshibudi Rampedi, sublinhou a relevância do workshop evidenciada pela diversidade dos participantes, desde líderes comunitários a especialistas internacionais.
Destacou que as florestas são essenciais para os meios de subsistência rurais, segurança alimentar, adaptação climática e estabilidade ecológica, lembrando que até 1,7 bilhão de pessoas no mundo dependem diretamente das florestas.
Entretanto, manifestou-se preocupada pela diminuição da cobertura florestal causada por práticas como exploração ilegal, agricultura de corte e queima, e incêndios florestais descontrolados, reforçando a importância da colaboração internacional para enfrentar os desafios comuns.
O evento que está a ser promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em parceria com a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a Cooperação Sueca para o Desenvolvimento Internacional (SIDA, sigla em inglês) decorre de hoje a quinta-feira, 29, na cidade da Praia.
Reúne especialistas e representantes da África Ocidental para troca de experiências sobre as florestas comunitárias, que são responsáveis, segundo sublinhou o ministro citando dados oficiais, pela subsistência de 53 por cento (%) da população rural na região.
A Semana com Inforpress
Terms & Conditions
Report
My comments