O Centro de Cuidados Paliativos Nossa Senhora da Encarnação, uma infraestrutura inovadora e de profunda relevância social e humanitária, situada nas imediações do Hospital Regional São Francisco de Assis foi inaugurado hoje.
O Centro de Cuidados Paliativos marca um passo decisivo na consolidação de uma política pública de saúde centrada na dignidade humana, especialmente nos momentos mais frágeis da existência, disse o presidente do conselho da administração do Hospital Universitário Agostinho Neto, Evandro Monteiro, que representou o ministro da Saúde no acto inaugural.
Na sua intervenção Evandro Monteiro destacou a importância da iniciativa e afirmou que “hoje não estamos apenas a inaugurar um espaço. Estamos a afirmar uma política pública de saúde humanizada, que coloca a pessoa no centro, sobretudo nos momentos de maior fragilidade".
Evandro Monteiro, que na altura do lançamento da primeira pedra para a construção do centro, em Março de 2018 era director do Hospital Regional São Francisco de Assis e da Região Sanitária Fogo/Brava, relembrou a conversa com o padre Ottavio Fasano que motivou a criação deste projecto, pensado não apenas como uma estrutura física, mas como uma filosofia de cuidado e uma resposta ética e política à dor e ao sofrimento crónico.
Segundo Evandro Monteiro, os cuidados paliativos representam o grau máximo de civilização de um sistema de saúde, por oferecerem dignidade mesmo quando já não há cura.
“A medicina pode prolongar a vida. Mas só o cuidado pode dar sentido ao tempo que nos resta”, concluiu.
A directora do Hospital Regional São Francisco de Assis, Jorgina Silva, enfatizou o impacto do Centro de Cuidados Paliativos na vida dos doentes e suas famílias e sublinhou que “este centro é um lugar de paz, de escuta e de imensa humanização”.
“Cada vida importa, cada história merece ser respeitada. E cuidar será sempre um acto de amor e de respeito”, reforçou.
O centro foi construído com o apoio da Fundação Padre Ottavio Fasano, representada pelo seu presidente, Frei Gilson Frede, que anunciou oficialmente a doação da infraestrutura ao Governo de Cabo Verde.
“Toda a proposta de doação já foi entregue ao Ministério da Saúde, a quem caberá agora definir a data de abertura. Acreditamos que ainda será este ano”, afirmou o frei.
O religioso sublinhou que nem os Padres Capuchinhos nem a Fundação possuem os recursos técnicos e financeiros para garantir o funcionamento do centro, responsabilidade que passará para o Estado.
O Centro de Cuidados Paliativos Nossa Senhora da Encarnação foi idealizado para oferecer não só o alívio da dor e de sintomas físicos, mas também apoio emocional, espiritual e familiar, uma vez que profissionais de diversas áreas atuarão em conjunto, com o objetcivo de honrar a vida até ao seu último instante.
O centro, que poderá servir de modelo replicável noutras ilhas, alinha-se com os pilares do Sistema Nacional de Saúde de Cabo Verde e reforça o compromisso do país com um sistema mais humano, ético e inclusivo.
A Semana com Inforpress
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