Uma nova formação musical está a surgir no panorama da música tradicional cabo-verdiana, reunindo elementos dos grupos Strong e Bulimundo, com o propósito de homenagear Carlos Alberto Martins “Katchás” e dar nova vida ao funaná tradicional.
O projecto teve como ponto de partida a gravação do videoclipe da música “Horas kin bai djam bai”, no passado sábado, 10, na Praça de Katchás, em Santa Cruz, lugar onde nasceu o mítico agrupamento “Os Bulimundos”, eternizado pelo seu mentor, o que fez com que a praça fosse considerada o berço da transformação do funaná do campo para a cidade e o mundo.
O tema, escrito por Zé António Sanches, residente em França, e produzido por Kim Alves, nos Estados Unidos da América, conta a história de uma mulher que recorre à feitiçaria para destruir o parceiro, mas sem sucesso.
A narrativa, segundo avançou a Inforpress o líder da banda, Benvas d’Strong, mistura elementos culturais e religiosos, e é interpretada com alma, à maneira do funaná tradicional.
A nova formação junta nomes como Benvas d'Strong, Benvindo Gomes Vaz, Yuri da Graça, director musical, Quinks Strong, Lulan de Bulimundo, Deku Saxofonista e o baterista Jorge Pimpas, Ano Novo, guitarrista, e o teclista Quim, unindo diferentes gerações num mesmo propósito artístico.
A história do grupo Strong remonta a décadas e tem como figura central Carlos Alberto da Silva Martins, conhecido por Katchás, um dos fundadores e referência do Bulimundo, que mesmo após o seu falecimento, em 1988, num acidente de viação, o grupo sobreviveu ensaiando com os instrumentos deixados por ele.
Com apoio institucional, esses instrumentos foram adquiridos, marcando o renascimento do grupo.
“Este videoclipe é o nosso primeiro passo, queremos continuar o trabalho de Katchás, participar de festivais e fazer com que os jovens conheçam essa história”, afirmou Benvas.
Yuri da Graça, que pertence ao grupo Bulimundo, destaca a força emocional do projecto, afirmando que “é uma honra integrar este grupo, e este funaná é feito com verdade, com o coração”.
Com novas músicas no horizonte, o grupo ambiciona conquistar grandes palcos e manter viva a alma do funaná, levando sua essência às novas gerações.
A última participação pública de Katchás na música foi em Março de 1988, durante o I Encontro Nacional da Música Cabo-verdiana, na cidade da Praia. Dias depois, a 29 de Março, faleceu aos 36 anos, deixando um legado que continua a inspirar músicos em todo o país.
O videoclipe que baptiza a estreia deste que é o mais novo agrupamento musical cabo-verdiano está projectado para sair no sábado, 17.
A Semana com Inforpress
Terms & Conditions
Report
My comments