A directora nacional do Ambiente refutou esta sexta-feira às declarações do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) sobre abandono ambiental da ilha da Boa Vista, considerando as informações "intencionalmente erradas, irresponsáveis, bairristas e perigosas".
Ethel Rodrigues falava em conferência de imprensa, na cidade da Praia, na sequência das afirmações da Comissão Política do PAICV, na Boa Vista, de que o Governo não tem dado a devida importância ao tema na ilha, preferindo preocupar-se apenas com as receitas do turismo.
“É intencionalmente errada, irresponsável, bairrista e perigosa a ideia de que se vai à Boa Vista buscar dinheiro proveniente do turismo. Para já, o Ministério do Ambiente não gere os recursos da taxa turística, todos sabem que se trata de uma receita consignada do Estado, para a qual o país inteiro contribui”, explicou.
Acrescentou que o Fundo do Turismo é aplicado privilegiadamente nas ilhas turísticas com critérios transparentes, sustentando que só por "desconhecimento e atitude negacionista" se pode propalar a ideia de abandono da ilha no domínio do ambiente.
A responsável negou qualquer ideia de negligência ou abandono da Boa Vista e apresentou uma lista de acções e investimentos realizados pelo Governo no âmbito do meio ambiente.
De entre eles, Ethel Rodrigues indicou o plano de gestão de resíduos sólidos urbanos, com financiamento para a construção de um aterro controlado, as campanhas de limpeza financiadas pelos serviços centrais, assim como a formação de jovens e famílias relacionadas a áreas protegidas.
Água e saneamento no bairro de Boa Esperança, que inclui a construção da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) provisória, a recuperação das tamareiras, reabilitação do forte, trilhos, equipamentos de depósito de lixo no Ilhéu, campanhas de conservação de tartarugas marinhas, aves e outras espécies, constituem outras acções do Governo, segundo sublinhou.
A directora nacional do Ambiente lembrou que está ainda em curso um conjunto de outros investimentos, de destacar, a construção de dessalinizadora para servir as localidades do norte da ilha, estando em fase de negociação uma nova ETAR.
“Esses investimentos e intervenções representam mais de 1,5 milhões de contos de investimentos. Portanto, não é aceitável o fomento da ideia de rivalidade entre a autarquia e o Governo no domínio do ambiente”, frisou.
Ao invés disso, afirmou que é preciso defender o sentido da complementaridade e da colaboração institucional entre a administração central e local e, acima de tudo, o bom uso dos recursos colocados à disposição da câmara municipal através do Fundo do Ambiente.
A Semana com Inforpress
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