Responsáveis de rádios comunitárias no país destacam, por ocasião do Dia Internacional da Rádio, assinalado anualmente a 13 de Fevereiro, dificuldades financeiras como "o principal obstáculo" ao desenvolvimento do seu potencial.
Em declarações à Inforpress, o director da Rádio Comunitária da Ribeira Brava, em São Nicolau, Carlos Barbosa, avançou que a emissora continua a desempenhar “um papel essencial” na informação e proximidade com as comunidades locais e a diáspora, apesar das dificuldades financeiras.
"O nosso papel é servir a comunidade, garantindo que as pessoas tenham um meio de comunicação social disponível e acessível. No entanto, enfrentamos dificuldades financeiras significativas, o que impacta investimentos necessários, como a aquisição de equipamentos e o aumento da equipa", afirmou Carlos Barbosa.
Apesar das adversidades, a rádio celebrou 16 anos em Dezembro passado e tem contado com o apoio da diáspora e de empresas locais.
Para minimizar as dificuldades financeiras, a rádio tem estabelecido parcerias com instituições e criado um estatuto de sócios, permitindo alguma sustentabilidade.
"A nossa imigração tem sido incansável no apoio, e conseguimos parcerias que nos ajudam a sobreviver. No entanto, ainda há muito por fazer", acrescentou o director.
O financiamento do Governo, no valor de 250 mil escudos, frisou, é “um reforço importante, mas ainda insuficiente”.
"Passámos a ter este apoio, mas está muito longe das necessidades reais. No entanto, temos dialogado com o governo e apresentado as dificuldades das rádios comunitárias", destacou aquele responsável.
Conforme indicou Carlos Barbosa, um dos principais apoios vem da parceria com a Rádio Gold, da Itália, que tem fornecido equipamentos e formação.
Quanto às novas tecnologias, a Rádio Comunitária da Ribeira Brava foi pioneira nas emissões online e tem realizado transmissões ao vivo em áudio e vídeo.
Para o futuro, a rádio planeia melhorar as transmissões live e incorporar novas tecnologias, visando atender a nossa diáspora, que deseja acompanhar de perto os acontecimentos de São Nicolau.
Por seu lado, o director da Rádio Comunitária de Djarmai, na Ilha do Maio, José Carlos Varela, tem liderado a emissora com “um foco claro” na parte social e na sensibilização.
A Rádio Comunitária de Djarmai, embora opere “de forma tranquila”, segundo aquele responsável, enfrenta desafios significativos.
A mesma fonte nomeou a falta de recursos financeiros e a escassez de internet ilimitada que dificultam a implementação de programas voltados para imigrantes, o que impede a participação activa dos ouvintes.
Além disso, a rádio encontra obstáculos para formar novos jornalistas, já que não há profissionais com carteira para ministrar cursos na ilha.
No campo do financiamento, a rádio conta com “um apoio crucial” da Direção-geral da Comunicação Social, que, nos últimos quatro anos, concedeu 250 mil escudos.
No entanto, José Carlos Varela reconhece também que este valor não é suficiente para cobrir as diversas despesas da rádio, sublinhando que a emissora tem parcerias com instituições como a câmara municipal, a União Europeia e a CCSIDA.
O director revelou que um dos grandes planos da rádio é a descentralização da emissão, possibilitando que diferentes colaboradores possam coordenar e apresentar programas, sem a necessidade de estar fisicamente no estúdio da ilha.
A Semana com Inforpress
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