quinta-feira, 21 novembro 2024

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Privatiaçôes: II parte do grito de alerta

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O mundo está nos dando a lição como não devemos ser totalmente dependentes, mas mesmo assim os nossos governantes continuam seriamente cegos e surdos. Continuam a não dar ouvidos ao povo, atendendo somente as ideias dos parentes próximos do partido no Governo e das Câmaras Municipais.

Por:Efrem Soares*

O CABO-VERDIANO DIZ-SE SER UM SER ILUMINADO, MAS INFELIZMENTE NÃO O É! SOMOS SATÉLITES, NEM PLANETAS SOMOS.

Os primeiros “iluminados” de Cabo Verde pensaram que, com a independência, seria possível desenvolver o País com as nossas próprias mãos, mas isso, infelizmente, na prática, não deu e não está dando certo.

Nos primeiros anos, os países amigos de Cabo Verde nos deram a cana (financiando os orçamentos do estado, nos ajudaram a criar a própria luz, com bolsas de estudo nos referidos países) e nos deram um tempo para estarmos aptos para pescar e financiar o próprio orçamento do Estado, com a criação de indústrias e suporte sociais (na pesca, agricultura, energia, transformação, turismo, transporte, saúde, educação, organização governamental do estado, segurança social e urbana etc.).https://www.asemana.publ.cv/local/cache-vignettes/L10xH10/br-auto-10-50abc.png?1647357344" alt="Automatic word wrap" title="Automatic word wrap" class="br-auto" width="10" height="10" style="margin: 0px; padding: 0px; border: 0px; font: inherit; vertical-align: baseline;">
Infelizmente, 47 anos depois, após o País ter criado as bases com ajuda externa e os Organismos Internacionais nos ter certificado para andar com os próprios pés, com a supervisão, nos promoveram a País de Desenvolvimento Médio e demos conta que, afinal, em nenhuma delas fomos capazes de dar continuidade.

Porque, durante todo esse tempo, em vez de aprimorarmos as bases para o progresso, com responsabilidades, valorizando aquilo que nos era doado, andamos a viciar no uso abusivo dos bens e conhecimentos adquiridos, como se fosse algo do nosso suor e pensamento, e agora, não sabemos o que fazer e nem temos recursos para o tal, pelo que nos resta vender até a nossa alma.

Vou pegar na Ilha do Sal, que de certeza me ajudará a desenvolver ideias com factos práticos que podem representar Cabo Verde, sem pôr em causa as potencialidades de cada Ilha, que sabemos serem vastas:

Antes da independência, a indústria de produção e exportação do sal comum era viável, tanto no Norte, como no Sul da Ilha, após a independência, com a queda na demanda do sal a granel do exterior, não fomos capazes de criar uma indústria da sua transformação, que tem um número infinito de possibilidades de formas de produção e aplicação e passamos a importar o sal que colocamos na mesa, nas casas e nos hotéis.

E nem a apropriação das salinas fomos capazes de mantermos, já que, hoje, principalmente a salina de Pedra de Lume, que podia estar a financiar os cofres do estado, deixamos que fosse vendida para um privado outsider, que, sem fazer quase nada, está a faturar um balúrdio.

Ex: Se receber 1000 turistas/dia a 5 euros pessoa, fatura um total de 5000 Euros/ 550.000.00 escudos/dia, 150.000 euros/mês, 16.500.000.00/escudos mês.https://www.asemana.publ.cv/local/cache-vignettes/L10xH10/br-auto-10-50abc.png?1647357344" alt="Automatic word wrap" title="Automatic word wrap" class="br-auto" width="10" height="10" style="margin: 0px; padding: 0px; border: 0px; font: inherit; vertical-align: baseline;">
Captura e transformação de atum e da família do atum, que, antes da independência, capturava-se muito e com uma demanda externa em alta.

Por opção do dono de altura, vendeu-se a firma para um grupo de cabo-verdianos, que apesar de ter baixada a exploração/exportação, por opção e pela motivação de adotar a localidade de Santa Maria, só para atividade da indústria turística, foi desmantelada a fábrica e transferida para a Localidade da Palmeira, onde se projetavam ampliar a atividade industrial em diversos ramos industriais, ou seja, parque industrial.

Já existia a fabrica de conservação de lagostas vivas, para exportação, congelava-se peixe para ser transformado, à posterior, em Santa Maria, nas épocas de baixa captura, bem como centros de armazenamento de combustíveis, sendo a Shell, a petrolífera instalada na Localidade antes da data da independência e a Enacol após.https://www.asemana.publ.cv/local/cache-vignettes/L10xH10/br-auto-10-50abc.png?1647357344" alt="Automatic word wrap" title="Automatic word wrap" class="br-auto" width="10" height="10" style="margin: 0px; padding: 0px; border: 0px; font: inherit; vertical-align: baseline;">
Praticava-se a pesca de peixes do fundo (garoupa, merote, badejo, etc.), que também era praticada em Santa Maria e Pedra de Lume, bem como a pesca de rede, praticada em toda a ilha, para consumo local. Praticava-se a pesca do atum na pedra, atividade em que se destacou Ti Clau e que parece ser a única que existia em Cabo Verde.

A indústria da captura, transformação e preservação do atum e a sua família, bem como da lagosta para exportação, azerou-se no Sal.

A indústria turística começou a dar os seus primeiros passos no Sal, ainda na era colonial, porque com a transformação do casarão Belga, do casal Belga Vynckier, em hotel base, “backup” das tripulações das companhias aéreas, Sul de Africa Airlines, TAP, Aeroflot, Cubana e outras, que esporadicamente também recebiam turistas, belgas, franceses e outros.

Esta dinâmica arrastou consigo projetos de introdução da dessalinização da água do mar a grande escala para o abastecimento da população e não só, resolvendo o grande problema da Ilha, alavancando consigo a produção de energia, que mais tarde, depois da independência, foram transferidas de Santa Maria para Palmeira, por apresentar melhores condições para a prática da produção de água, tanto na tomada da água do mar, como na distribuição da água através da elevação para o Morro Curral, nos Espargos, para a toda ilha, nos anos 80.

Esta dinâmica ainda levou à construção do Porto da Palmeira para facilitar no abastecimento da ilha, com o crescimento da indústria turística, “porto de cabotagem”, que mais tarde foi ampliado para receber barcos de longo curso.

O Aeroporto Internacional do Sal, porta de entrada aérea de Cabo Verde, que teve um papel preponderante antes e depois da independência na sustentabilidade da Ilha e do País, foi importante na criação e construção de mais três aeroportos internacionais e locais, dinamizando assim o transporte aéreo no País e ligações internacionais, hoje, até temos dúvida quanto ao destino das transportadoras e dos aeroportos.

Com o boom do turismo no Sal, não fomos capazes de desenvolver a agricultura nas outras ilhas, a ponto de evitarmos ou mesmo diminuirmos a importação de produto agrícolas para abastecer os hotéis.

No Sal o terreno é fértil e com grandes extensões para a pratica agrícola industrial, com a evolução da dessalinização que entrou na ilha a grande escala no inicio dos anos 70 e com a sua evolução nos anos 2000, para a produção de água através do sistema de osmose inversa, atingindo custo da produção de 2kW/m3 e de custo zero com associação de energia renováveis e com disponibilidade para tal na ilha, damos ao luxo de deixar equipamentos a deteriorar, parados, para vencer a vida útil, ao invés de os colocar, nem que fosse a titulo experimental, ao serviço da agricultura local, como vêm fazendo na ilha de Santiago e com a ajuda da Ilha do Sal.

Isso só para mostrar as potencialidades da Ilha do Sal, que, no passado, houve a capacidade e visão de criar as bases, para no futuro serem ampliadas e/ou transformadas, esta geração de “visionários” não está tendo capacidade de executar nenhuma ideia extraordinária, a não ser vender o que não teve ideia de construir e os terrenos que restam das áreas protegidas.

Pegando dos resultados do fruto do turismo, que a pandemia trouxe à luz do dia, como a principal base de sustentabilidade do País, para meter pedra de calçadas e alcatrão nas ruas, como se delas se consegue alimentar o povo nos surtos de crise mundial, nos deixando cada vez mais dependentes do exterior. Isto ao invés de se desenvolver iniciativas estruturantes, como a agricultura, indústria salineira e pesca, para o abastecimento da população e dos hotéis e, quem sabe, exportar para as outras Ilhas e para o mundo.

Com o dinheiro da redução da importação, (frutos dos investimentos nas áreas já citados), mais as taxas do turismo, juntos ornamentar, restruturar e criar as condições urbanas, de habitabilidade e da sustentabilidade das famílias que vivem abaixo do limiar da pobreza, em partes da Ilha e de todo Cabo Verde, usando a mesma intenção de dar empregos às famílias para safarem da crise, com resultados totalmente diferentes de calcetamento e alcatrão que também fazem bem à vista, dá melhor higiene social e urbano, mas não cala a fome.

O mundo está nos dando a lição, como não devemos ser totalmente dependentes, mas mesmo assim, os nossos governantes continuam seriamente cegos e surdos. https://www.asemana.publ.cv/local/cache-vignettes/L10xH10/br-auto-10-50abc.png?1647357344" alt="Automatic word wrap" title="Automatic word wrap" class="br-auto" width="10" height="10" style="margin: 0px; padding: 0px; border: 0px; font: inherit; vertical-align: baseline;">
Continuam a não dar ouvidos ao povo, atendendo somente as ideias dos parentes próximos do partido no Governo e das Câmaras Municipais.

Auguramos que mudem de ideia, porque o mundo está mudando.

De qualquer forma congratulamos o Governo e os Parlamentares, pela forma firme e de convergência de ideias, que tiverem no início da pandemia da Covid 19, na tomada de decisões, no momento em que o mundo estava em pânico, que esse exemplo sirva, em outras ocasiões, que o País precisar. 

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Colunistas

Opiniões e Feedback

David Dias
8 days 23 hours

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
10 days 22 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
18 days 20 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

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