O director-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) considerou que Cabo Verde deve criar políticas que favoreçam o desenvolvimento da agricultura e o desenvolvimento rural.
Qu Dongyu falava à imprensa no município de Santa Cruz, após ter também visitado alguns projectos agrícolas no município de São Lourenço dos Órgãos, ambos municípios da região Santiago Norte, onde reconheceu os ganhos e progressos do país no sector agrícola nesses quase 50 anos de independência.
Mesmo com o progresso, o director-geral da FAO avançou que para se ter melhores progressos é preciso que o país crie e implemente políticas favoráveis para o desenvolvimento, especialmente para a área da agricultura e do desenvolvimento, com uma forte aposta na inovação científica.
Mostrou-se satisfeito com a visita que lhe permitiu conhecer as ilhas, desfrutar da comida, da cultura e das diversas potencialidades que o país oferece.
Dessas inovações, indicou a necessidade de se introduzir novas variedades no sector agrícola, nomeadamente da banana, coco, mandioca, batata doce, ou outras leguminosas, como do feijão e do milho.
Além das inovações, Qu Dongyu considerou que é preciso também desenvolver mais o sistema e sugeriu uma combinação do conhecimento indígena com a tecnologia moderna, o que vai criar rendimentos adicionais e melhorar a nutrição.
Com essas mudanças e implementações, o director-geral explicou que se pode criar mais empregos dignos, relembrando que para este processo é preciso passar por uma fase experimental e depois dar seguimento mediante a evolução.
Por seu turno, o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, explicou que Cabo Verde tem um programa de desenvolvimento, onde os principais desafios e os impactos são todos traçados e o que se tem a fazer é continuar no processo para promover o desenvolvimento e alcançar os objectivos almejados, apostando em tirar melhor proveito das parcerias.
Sobre a visita de quatro dias do director-geral da FAO, Gilberto Silva destacou que a FAO é um parceiro de Cabo Verde há quase 50 anos em vários domínios de cooperação, mas todos voltados para a temática da alimentação, incluindo a agricultura e a pesca.
Durante estes dias, este governante avançou que visitou três ilhas, mostrando assim um pouco da realidade do país nos domínios da agricultura, economia azul e desenvolvimento local.
Visita esta que permitiu o director-geral ter uma visão melhor e lhe oferece oportunidades para discutir outras linhas de cooperação em termos práticos para ajudar a melhorar a produção e também ajudar a adaptar neste tempo de mudanças climáticas em que se tem necessidade de se apostar na inovação tecnológica, sublinhou.
No quadro da cooperação, Gilberto Silva ressaltou que o país tem um projecto de cooperação Sul-Sul com a China, que está a trabalhar para melhorar muitas actividades que têm a ver com a protecção das plantas, mas também com a produção agrícola e pecuária.
O projecto, conforme explicou, visa trazer aquilo que é o conhecimento prático e tecnologias que utilizam em outros países para ver o que se pode adaptar aqui e contribuir para melhorar a produção no campo de rendimento das famílias.
Pois, continuou, no final o que se quer é “melhor economia, mais produção, melhor produção e melhor nutrição”.
Durante a visita de quatro dias, o director-geral da FAO visitou as ilhas de Santiago, Santo Antão e São Vicente para conhecer, no terreno, projectos e programas financiados pela organização nos domínios da agricultura, pecuária, economia azul, pescas, aquacultura, entre outros.
O director-geral da FAO esteve acompanhado, na sua visita a Cabo Verde, por uma comitiva que integrou altos responsáveis da organização, nomeadamente, a directora-geral adjunta, o economista-chefe, o director da divisão de cooperação sul-sul e triangular (PST) e a directora do escritório dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS), Países Menos Desenvolvidos (LDC) e Países em Desenvolvimento sem Litoral (LLDC).
A Semana com Lusa
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