As análises de imagens do ‘scanner’ digital no Porto da Praia foram determinantes para a apreensão do veículo com 585 munições e detenção de um suspeito de tráfico internacional de armas, revelou nesta quarta-feira a Polícia Nacional.
Em conferência de imprensa, o director nacional da Polícia Nacional para a área operativa, Roberto da Costa Fernandes, disse que a apreensão destas munições, provenientes do Porto de Lisboa (Portugal), resultou de um trabalho conjunto que envolveu a Alfândega, a Polícia Nacional e o Porto da Praia.
Disse que têm sido detectadas acções do tipo numa média de duas vezes por mês este ano.
Para este superintendente da PN, por se tratar de importação de munições de forma ilegal, isto é, sem licenciamento, está-se perante a prática de um crime de armas, à luz do novo regime jurídico de armas e munições.
“São projécteis tipo caça, que podem ser utilizados de forma irregular, sobretudo para manuseamento das armas de fabrico artesanais fabricadas em Cabo Verde”, explicou.
As munições apreendidas foram encontradas dissimuladas nas partes laterais e fundo da referida viatura, de tipo comercial, que fazia parte da carga do contentor.
Na sequência desta operação, um indivíduo do sexo masculino, de 48 anos, de origem cabo-verdiana, com nacionalidade portuguesa e residente na Suíça e em Cabo Verde, foi detido pelo crime de tráfico internacional de armas e apresentado hoje a tarde ao Ministério Público, para efeitos de aplicação de medida de coacção.
Para o director da Alfândega da Praia, Hedilberto Ribeiro, este crime foi descoberto na sequência do controlo de desova de um contentor em que se encontravam mercadorias, da qual numa viatura comercial que fazia parte desta mercadoria estavam dissimuladas 585 munições de arma de fogo de cano longo, de calibres 12 e 36, normalmente utilizadas em armas de fabrico artesanal “boca bedjo”.
“São acções recorrentes, que nós fazemos com muita frequência. Temos estado a encontrar armas e munições. Em relação ao delito, também se afigura como crime aduaneiro, porque há mercadorias diversas que foram apreendidas juntas com as munições, como peças auto”, explicou.
Disse que o ‘scanner’ de contentores e os instalados nos armazéns do Porto da Praia tem permitido a realização, com frequência, deste controlo, por forma a desincentivar a entrada de produtos proibidos, já que doravante, o controlo deixou de ser feita de forma subjectiva, para facilmente detectar o crime.
Ainda assim, afirmou que investimentos estão sendo feitos no sentido de se instalar mais “scanner” e com mais capacidade, visando reforçar o combate aos infractores.
Desde 2018, ano em que a PN deixou de emitir licenças de importações de munições para limitar a proliferação de armas ligeiras, já foram apreendidas no Porto da Praia mais de 20.000 munições, equivalente a dois terços de apreensões feitas a nível nacional.
A Semana com Inforpress
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