A insegurança na cidade da Praia, capital do país, é o maior problema social apontado hoje por cidadãos, que clamam por medidas assertivas das autoridades competentes para pôr cobro a esta preocupação.

Numa ronda pelo centro histórico do Platô, no dia em que esta urbe completa 167 anos de história, a Inforpress ouviu opiniões sobre os desafios e perspectivas futuras do município.

Para os entrevistados, a maior preocupação neste momento prende-se com a falta de segurança, provocada por assaltos e homicídios praticados dos jovens que não tem procurado outra alternativa senão enveredar pela delinquência.

Com isso, a população teme sair às ruas para não ser alvo dos assaltantes, num meio onde critica também a ausência de agentes de segurança nas ruas.

É o caso de Jaqueline Fonseca que afirmou que, na cidade da Praia, nem tudo está bem porque, criticou, "o ambiente é inseguro e as pessoas nem de dia se sentem seguras para estarem a andar nas ruas".

Pediu, por isso, o reforço de medidas de segurança porque “a coisa não está nada bonita”.

Emílio Tavares, manifestou também preocupação com a insegurança na ilha de Santiago, sobretudo na região Sul.

“No parlamento toda a vez que se fala da insegurança alguns defendem que tudo está bem, embora todos os dias ouçamos relatos de homicídio e assaltos. Acho que deve haver soluções para estes problemas, mas também existe um bocado de demagogia no meio disso tudo”, afirmou. 

Na sua perspectiva a diversidade de opinião deve existir para a melhoria dos trabalhos.

Além disso, apontou ainda a necessidade de uma maior atenção à justiça e criticou a falta de infra-estruturas para o bem da cidade.

Por seu lado, Francisco Tavares, natural da ilha de Maio e de passagem pela cidade da Praia contestou a falta de um espaço para as vendedeiras em pleno centro da cidade, pedindo um lugar para buscarem o sustento com mais dignidade, sem estarem a correr dos polícias municipais.

Fillie Fonjah, residente na cidade há cerca de 20 anos, contestou o problema da insegurança, lembrando casos de assaltos e ausência de agentes de segurança, sobretudo nos dias feriados em que há pouca movimentação do Platô, que costuma ser alvo de assaltantes nesses dias.

“Além disso há um outro problema global que tem a ver com a economia, ou seja, preços altos, questão de desemprego, salário baixo, então tudo isso afecta os cidadãos”, disse, afirmando que as autoridades e a sociedade devem contribuir para o bem da cidade.

A cidade da Praia, capital de Cabo Verde, celebra hoje 167 anos desde que a vila da Praia de Santa Maria da Vitória foi elevada à categoria de cidade, em 1858.

Ao longo de sua história, a Praia tem sido um importante centro cultural, político e económico do arquipélago, atraindo turistas e investidores.

O centro histórico da cidade, conhecido como Platô, mantém construções do século XIX, que convivem com edifícios modernos.

O dia 29 de Abril passou a ser feriado municipal desde 2018, por decisão da Assembleia Municipal.

A Semana com Inforpress