sexta-feira, 22 novembro 2024

A ATUALIDADE

Presidente da Guiné-Bissau lamenta forma como se demitiu o Conselheiro Especial

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O presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, lamentou hoje a forma como se demitiu o seu Conselheiro Especial, expondo as razões numa carta ao invés de falar com ele.

O chefe de Estado reagiu, à margem de uma visita ao Mercado Central de Bissau, à carta de demissão que lhe foi dirigida pelo antigo primeiro-ministro Nuno Nabiam, divulgada hoje com as razões que o levaram a abandonar o cargo.

“Lamento a carta que ele fez, porque tem acesso a mim”, disse o chefe de Estado aos jornalistas, acrescentando que não esperava da parte do conselheiro demissionário a atitude de escrever e tornar pública a carta.

“Eu também posso ter coisas que não gostei da parte dele, mas prefiro manter-me, chamá-lo para falarmos”, acrescentou.

Sissoco Embaló lembrou que também ele no passado, enquanto primeiro-ministro, pediu a demissão ao então Presidente, José Mário Vaz, mas sem elencar as razões.

O Presidente da República diz que tem uma postura diferente e deu como exemplo o caso em que o Ministério Público notificou Nuno Nabiam, na sequência das denúncias que fez, há mais de um mês, na qualidade de presidente da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), sobre a existência de droga no país.

“Não pude aceitar que ele vá responder à justiça. Até hoje tenho comigo a carta que o Ministério Público me mandou a pedir a minha autorização para que vá responder. É o meu conselheiro. Tenho ainda a carta comigo. Falei com o Procurador-geral da República na concertação que temos, disse-lhe que esperasse, porque cada um tem o seu temperamento”, afirmou o chefe de Estado.

Sissoco Embaló referiu que, desde 2014, quando Nuno Nabiam quis entrar para a política, que os dois andam juntos, pelo que lamentou a carta de demissão e a publicação da mesma.

“Estamos juntos e vamos continuar juntos (…) vamos conversar”, acrescentou o Presidente.

O antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau Nuno Nabiam pediu demissão do cargo de Conselheiro Especial do Presidente da República, alegando discordância com a atuação do chefe de Estado.

Na carta datada de 16 de fevereiro, a que a Lusa teve hoje acesso, justifica a decisão com a “falta de diálogo”, “constantes interferências”, “assim como a tentativa de politizar e sequestrar as forças de segurança” por parte do Presidente da República.

Nuno Nabiam aponta a necessidade de marcação de eleições depois da dissolução da Assembleia Nacional Popular, em dezembro, e considera que o Presidente “não [se] mostrou aberto ao diálogo para a criação de condições para uma governação pacífica e estável do país”.

Nabiam refere, também, entre as razões para a demissão, “as constantes interferências” do Presidente “no funcionamento das instituições democráticas do país”, nomeadamente nos órgãos de soberania como o parlamento, Governo, Supremo Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Procuradoria-Geral da República e partidos políticos.

Aponta ainda a Umaro Sissoco Embaló “a tentativa de sequestrar e politizar as forças de segurança do país, apenas para cobrir interesses eleitorais, agindo como senhor absoluto”.

Nabiam refere, também, “discursos de intimidação e ofensa da moral pública” e “reiteradas violações dos direitos humanos, cometidas pelas forças palacianas contra as populações, sem direito de reivindicação”.

A Semana com Lusa

22 de Fevereiro de 2024

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Colunistas

Opiniões e Feedback

David Dias
9 days 12 hours

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
11 days 11 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
19 days 10 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

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