O Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT) de Macau lançou este ano um novo programa para financiar investigação científica e tecnológica com o exterior, incluindo países lusófonos.
“O financiamento está disponível para projetos de investigação em cooperação com qualquer país de língua portuguesa; não é dada preferência a nenhum país em particular”, explicou o FDCT à Lusa.
Cada um dos projetos aprovados no âmbito do Programa de Financiamento para Cooperação Externa em Ciência e Tecnologia poderá receber até cinco milhões de patacas (cerca de 600 mil euros), acrescentou o fundo.
“Tendo em conta que este é o ano inaugural deste programa, o número exato de projetos a financiar será decidido com base na qualidade e quantidade de candidaturas recebidas”, sublinhou o FDCT.
O fundo organizou a 20 de janeiro uma sessão de esclarecimento sobre este e outros programas de financiamento de projetos, que contou com cerca de 300 representantes de instituições de ensino superior, associações científicas e empresas tecnológicas de Macau.
No entanto, de acordo com o portal do FDCT na Internet, ainda não há data para a abertura das candidaturas para o Programa de Financiamento para Cooperação Externa em Ciência e Tecnologia.
Ainda assim, o fundo referiu que as candidaturas ao novo programa estarão abertas durante um máximo de dois meses.
“Para incentivar mais colaborações, não haverá áreas prioritárias específicas em termos de tecnologia”, acrescentou o FDCT.
“Qualquer projeto que possa ajudar a melhorar as capacidades de investigação de Macau e que cumpra os critérios de elegibilidade terá a hipótese de receber financiamento”, referiu o fundo.
Em 2017, a FDCT e a Fundação para a Ciência e Tecnologia de Portugal assinaram um memorando de entendimento para incentivar a cooperação entre as instituições de investigação das duas regiões.
Os dados mais recentes mencionam apenas o financiamento conjunto, em 2019, a projetos conjuntos de investigação em áreas como a poluição marinha e a biotecnologia marinha e a FDCT confirmou que não houve mais projetos financiados desde 2020.
"Durante a pandemia esteve um bocado parado", disse à Lusa, em abril de 2023, o português Rui Martins, vice-reitor da Universidade de Macau.
O acordo bilateral assinado em 2017 prevê um financiamento máximo de um milhão de patacas (cerca de 120 mil euros) por projeto, do lado de Macau, e 100 mil euros do lado de Portugal, durante três anos.
“Os valores são muito baixos", algo que "não permite desenvolver projetos de elevada envergadura", lamentou Rui Martins, sublinhando que decorriam negociações para uma nova edição.
“As negociações ainda estão em curso”, confirmou a FDCT, que se recusou a revelar mais detalhes, acrescentando apenas que “a base estabelecida nas colaborações anteriores oferece um futuro promissor para esforços renovados”.
A Semana com Lusa
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