O Escritório Sub-regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) comprometeu-se hoje apoiar Cabo Verde a alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2026 com foco na erradicação da pobreza extrema.
A garantia foi dada pela representante da FAO em Cabo Verde, Ana Touza, ao presidir à abertura da reunião anual da equipa multidisciplinar da FAO na África Ocidental, que ocorre durante quatro dias, na cidade da Praia, sob o lema “Sinergia entre os actores: por uma proteção social dinâmica para reforçar a resiliência e garantir a segurança alimentar e nutricional na África Ocidental”.
De acordo com a representante, a organização dispõe-se a auxiliar com assistência técnica e mobilização de recursos para melhorar as políticas públicas e a sua implementação, com foco na erradicação da pobreza extrema.
Na matéria de gênero, avançou que a FAO tem privilegiado cada vez mais a temática nos programas e projectos promovendo o empoderamento das mulheres, com o objectivo de contribuir para a redução da pobreza, criação de empregos, segurança alimentar e nutricional, sustentabilidade económica social e ambiental.
É por isso, que nesta linha, realçou, a FAO Cabo Verde solicitou à coordenação regional para que a protecção social, a priorização dos sistemas e políticas inclusivas no âmbito de estratégias integradas de desenvolvimento rural e agroalimentar fosse o foco do encontro.
O intuito, assinalou, é reforçar a inclusão económica das populações pobres e vulneráveis, especialmente as mulheres e jovens, citando que essas preocupações estão inseridas no quadro de programa da organização para Cabo Verde no período 2023-2027.
Ana Touza disse que no final do programa, espera-se que mais pessoas estejam habilitadas e tenham maior acesso a uma nutrição segura, inclusiva e equitativa, baseada em sistemas de produção alimentar locais, resilientes ao clima e promovendo soluções inovadoras e sustentáveis baseadas na natureza.
“Cabo Verde, enquanto pequeno estado insular em desenvolvimento, é um dos países mais vulneráveis do mundo devido a uma série de factores climáticos e não climáticos, enfrentando um risco enorme de catástrofes dispendiosas relacionadas com o clima”, caraterizou, pedindo aposta forte, abrangente e coordenada para mitigar os efeitos das alterações climáticas.
O coordenador sub-regional e representante da FAO no Senegal, Robert Guei, por sua vez, enalteceu as iniciativas do Governo de Cabo Verde com a transformação do sistema agroalimentar e a protecção social.
Uma aposta, enfatizou, que tem sido um modelo para a sub-região, e proporciona aos países um ambiente propício para discussão e troca de experiência na área.
A África Ocidental, frisou, tem enfrentado desafios ligados às alterações climáticas e desigualdade, sublinhando que a deterioração da insegurança alimentar e a desnutrição aguda continuam motivo de preocupação.
O relatório do Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo (SOFI) revelou, segundo Robert Guei, que 16 por cento (%) da população da África Ocidental, ou seja, cerca de 70 milhões de pessoas estão subnutridas, enquanto 270 milhões, correspondendo a 61,4%, foram classificadas moderadas quanto à insegurança alimentar grave.
Robert Guei alertou que a pobreza e a fome estão concentradas nas zonas rurais onde a subsistência, o rendimento das famílias e a segurança alimentar dependem fortemente da agricultura.
A Semana com Inforpress
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