terça-feira, 22 outubro 2024

A ATUALIDADE

Adevic aponta preconceito e barreiras arquitectónicas como principais factores que desincentivam o uso da bengala branca

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A Associação dos Deficientes Visuais de Cabo Verde (Adevic) admitiu esta segunda-feira que, no país, os deficientes visuais não têm muito hábito de usar a bengala branca e aponta preconceito e barreiras arquitectónicas como principais desafios.

A afirmação foi feita à Inforpress pelo presidente da Adevic, Marciano Monteiro, a propósito do Dia Mundial da Bengala Branca, assinalado anualmente no dia 15 de Outubro.

O responsável destacou a importância da comemoração desta data para as pessoas com deficiência visual realçando que é através da bengala branca que uma pessoa cega, com baixa visão ou qualquer limitação visual faz a sua mobilidade.

O direito à mobilidade, assinalou, é um direito que todo o indivíduo tem, considerando, por este motivo, que o uso de bengala para pessoas cegas e a comemoração desta data para a Adevic é algo muito significante.

“A bengala tem que estar na base de tudo na vida de uma pessoa com deficiência visual, que tem por exemplo, a necessidade dela para fazer o percurso escola/casa e vice-versa, e para os que trabalham é casa/trabalho, enfim, precisa dela em todas as vertentes da vida”, mostrou.

Entretanto, o presidente da Adevic admitiu que, no país, ainda quase não se usa este utensílio devido a alguns factores que têm desincentivado os deficientes visuais a usá-lo.

Primeiro, apontou, existe o preconceito por parte da própria pessoa, deficiente visual, mas também, acrescentou, há o preconceito vindo da sociedade perante uma pessoa que tem qualquer tipo de limitação, no caso concreto a limitação visual.

Um outro factor que conforme Marciano Monteiro tem dificultado o uso da bengala branca pelas pessoas cegas em Cabo Verde, na sua plenitude e com toda a tranquilidade, tem a ver com barreiras arquitectónicas, como postes no meio do caminho, pavimentação mal concebida e um conjunto de outras questões.

“Por isso aqui são poucas as pessoas que usam a bengala”, disse, avançando que a ideia é, no futuro, a Associação dos Deficientes Visuais trabalhar fortemente na elaboração de um projecto, com apoio de parceiros na aquisição de mais bengalas para serem distribuídas gratuitamente, como tem conseguido até agora.

Mas também, prosseguiu, trabalhar para a criação de uma oficina para construção da própria bengala aqui mesmo no país a um preço mais barato e dar mais possibilidades de pessoas passarem a usar a bengala.

Conforme Marciano Monteiro há duas vertentes que são áreas consideradas prioritárias para a Adevic, designadamente a aprendizagem na escrita e leitura do sistema braille e também a aprendizagem na orientação e mobilidade com vista a incentivar o uso da bengala branca.

Como medidas para garantir a plena inclusão das pessoas com deficiência em Cabo Verde, o responsável afirmou que é necessária a sensibilização da sociedade, mas também que sejam criadas mais políticas sociais e públicas pelo Governo, ressaltando melhorias significativas até agora.

Para este ano adiantou que ainda nenhuma actividade está prevista para assinalar o dia 15, mas que esta associação tem a expectativa de desconcentrar um pouco a actividade para a ilha de São Vicente numa data a indicar.

Para a deficiente visual, Patrícia Maia, que diz ter alguma percentagem de visão e que usa a bengala branca não muito bem, porque existem algumas técnicas, o seu uso é muito importante para deslocação sem estar a depender de ninguém e para notar obstáculos no caminho.

Segundo sustentou, quando as pessoas visualizam as pessoas cegas a usar a bengala é mais fácil identificar que possuem alguma deficiência e por isso oferecem ajuda mais facilmente e são dadas prioridades no caso de se dirigirem a instituições à procura de serviços.

 

A Semana com Inforpress

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