domingo, 15 junho 2025

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Independências: Assassínio de Cabral visava enfraquecer a luta de libertação em Moçambique e Angola – Samora Machel

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O primeiro Presidente moçambicano considerou que o assassínio de Amílcar Cabral visava enfraquecer a luta dos movimentos libertários em Moçambique e em Angola, num histórico discurso após a morte (1973) do "pai" das independências da Guiné e Cabo Verde.

 

“O golpe que atingiu o PAIGC, a dor que sofre o povo da Guiné-Bissau e Cabo Verde, é um golpe para todas (antigas) colónias portuguesas (…) Homem da unidade do povo da Guiné-Bissau e Cabo Verde, Amílcar Cabral soube compreender e defender uma visão mais vasta da luta. É assim que o encontramos como pioneiro do movimento de unidade entre os povos das colónias portuguesas”, afirmou Machel.

 

 

“Destruindo-se o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), isolar-se-ia, numa certa medida, a revolução guineense, libertar-se-iam efetivos e material para combater em Moçambique e Angola. É este o verdadeiro sentido do assassinato cobarde e odioso de Amílcar Cabral”, declarou Samora Machel, no discurso oficial lido no enterro de Cabral em janeiro de 1973, na Guiné-Bissau.

 

No discurso, que está hoje entre uma série de comunicações de Machel guardadas no Arquivo Histórico de Moçambique, consultadas pela Lusa, o primeiro Presidente moçambicano responsabiliza a extinta PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado) pelo assassínio de Cabral, em janeiro de 1973, em Conacri.

“O Governo colonial constatava a iminência da sua derrota, o desmoronamento da sua ação militar. O imperialismo via com angustia o aparecimento de mais uma base anti-imperialista, que pela sua localização estratégica lhe diminuiria a sua margem de manobra contra a revolução africana”, declarou Machel.

O histórico líder da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) reconheceu Amílcar Cabral como o pioneiro do movimento de unidade entre os povos das antigas colónias portuguesas contra o colonialismo, classificando-o como um dirigente de todos a movimentos de libertação africana contra o regime colonial português.

“O golpe que atingiu o PAIGC, a dor que sofre o povo da Guiné-Bissau e Cabo Verde, é um golpe para todas (antigas) colónias portuguesas (…) Homem da unidade do povo da Guiné-Bissau e Cabo Verde, Amílcar Cabral soube compreender e defender uma visão mais vasta da luta. É assim que o encontramos como pioneiro do movimento de unidade entre os povos das colónias portuguesas”, afirmou Machel.

O líder histórico moçambicano defendia que a morte de Cabral devia ser transformada em “incentivo” na luta dos movimentos de libertação.

“A experiência prova que, para as forças revolucionárias, as tragédias, como a de hoje no PAIGC, (...), constituem vacinas radicais contra a ação inimiga e reacionária”, afirmou Machel.

O histórico líder fundador do partido das independências da Guiné e de Cabo Verde nasceu em 12 de setembro de 1924 e perdeu a vida em 20 de janeiro de 1973, aos 49 anos, em Conacri, às mãos dos seus próprios companheiros, oito meses antes da proclamação unilateral da independência da Guiné-Bissau (24 de Setembro de 1973).

Oficialmente, até hoje, desconhecem-se os autores morais.

Dez anos depois da morte Cabral, Samora Machel, líder que proclamou a independência de Moçambique (1975), viria também a perder a vida, num acidente aéreo em Mbuzini, na África do Sul, cujas causas também suscitam dúvidas até hoje.

A Semana com Lusa

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