O Presidente da República afirmou esta quinta-feira esperar que, durante as comemorações dos 50 anos da independência do país, se consiga consenso para a oficialização da língua cabo-verdiana.
“Por mais que ainda haja um conjunto de preconceitos, quando chego em alguma escola, consigo ver a diferença. Quando falamos com alunos que estão a entrar na língua cabo-verdiana percebemos que comunicam mais, interagem mais e dão vazão aquilo que é o espírito criativo”, descreveu o PR.
O chefe de Estado, que falava no acto de apresentação da tradução da Constituição da República Cabo-verdiana para o crioulo, voltou a reforçar a importância da Língua Materna e da sua oficialização.
Disse que não há nenhum “empecilho” para a sua oficialização em pleno, assegurando que chegou a altura de se “abraçar” a língua cabo-verdiana em todas as suas riquezas.
José Maria Neves destacou o trabalho do autor, Manuel Veiga, neste domínio, considerando que se trata de um “grande trabalho” para a afirmação da língua cabo-verdiana.
“Por mais que ainda haja um conjunto de preconceitos, quando chego em alguma escola, consigo ver a diferença. Quando falamos com alunos que estão a entrar na língua cabo-verdiana percebemos que comunicam mais, interagem mais e dão vazão aquilo que é o espírito criativo”, descreveu o PR.
Neste sentido, adiantou que a tradução da Constituição da República de Cabo Verde representa não só o contributo para o desenvolvimento do crioulo, mas também de conhecer a constituição.
“Espero que a partir de agora realizemos alguns debates da nossa constituição, do nosso sistema de Governo, elementos civis e políticos, de direitos sociais, econômicos e culturais e de outros aspectos que estão inseridos na constituição”, referiu Neves.
Uma das apresentadoras da obra, a professora universitária e com alguns livros publicados em crioulo, Maria Augusta Teixeira, também referiu à importância de se oficializar a língua cabo-verdiana, tendo em conta o seu percurso e o trabalho que se tem efeito até o momento, afirmando que o livro representa uma “prova” de que a oficialização já vai tarde.
“Se a própria constituição é passível de tradução e já está efetivada, a decisão de fazer a opção pela oficialização é apenas uma decisão política, não faltam bases, nem técnicas de estudo e didáticas, falta é à vontade política para se concretizar isso”, afirmou.
A tradução da Carta Magna foi feita na variante de Santiago, pelo linguista e escritor Manuel Veiga, e a sua apresentação aconteceu na sala Beijing do Palácio do Plateau.
A Semana com Inforpress
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