Com foco no debate sobre o estado daNaçãoo que acontecerá no final deste mês de julho, o lider da JAPI alertou hoje, em conferência de imprensa, que os jovens, que contrbuiram para a vitória do MpD, foram imediatamente relegados ao papel de meros recetáculos de medidas avulsas do governo de Ulisses Correia e Silva. Fidel Cardoso de Pina avisou que a juventude não pode continuar refém de um Primeiro-ministro que apenas sabe produzir narrativas e propaganda.
Diante de tudo isto, De Pina desafiou que, neste momento de balanço, resta dizer ao Primeiro-ministro que a juventude cabo-verdiana não será, mais uma vez, um slogan de campanha. «Não vamos desistir. Vamos ser nós a organizar para que sejamos ouvidos e integrados de forma correta na carruagem do progresso e do desenvolvimento. A política precisa dos jovens. Cabo Verde precisa da sua maior força, a juventude. Se não nos abrem as portas, forçaremos as janelas, porque temos criatividade e energia para tal. Se não os dão lugar à mesa, fazemos e trazemos a nossa cadeira», concluiu, defendendo que o futuro não espera e esta geração de jovens também não continuará em lista de espera.
«No final deste mês o Parlamento Nacional debate o último Estado da Nação desta legislatura e a realidade demonstra que, mais uma vez, os jovens foram essenciais para o MpD ganhar as eleições, mas foram imediatamente relegados ao papel de meros recetáculos de medidas avulsas do Sr. Ulisses Correia e Silva e o seu governo, e que não souberam ouvir e sintonizar com as aspirações da juventude», contextualizou.
Para o político que é, também deputado da Nação os jovens cabo-verdianos não podem continuar refém da gestão rotineira, sem um rasgo de criatividade e capacidade de inovar, realizar e resolver os problemas da camada jovem. « A juventude não pode continuar refém de um Primeiro-ministro que apenas sabe produzir narrativas e propaganda. Ora está mais do que claro, a dias de completar 10 anos de governação do MpD, que para a JPAI o Estado da Nação em matéria da Juventude é uma verdadeira fraude com o Governo do Sr. Ulisses Correia e Silva e MpD».
Factos e promessas não cumpridas
Detendo-se sobre as promessas não cumpridas ou mal cumpridas pelo atual executivo do MpD, Fidel de Pina fez questão de ilucidar com os seguintes factos:
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- Prometeu Emprego digno e qualificado – Deu estágios sem fim e contratos precários. Chegou de elaborar com dinheiro dos contribuintes «Uma Estratégia Nacional para o Emprego Jovem», que simplesmente não saiu da gaveta.
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- Garantiu que descontinuando o Programa Casa para Todos, implementaria um programa alternativo com Habitação mais digna para a juventude – Deu aos jovens cabo-verdianos uma política de quartos com cozinhas e casas de banho partilhadas.
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- Assegurou crédito bonificado, à minoria de jovens que conseguem aceder ao crédito bancário, ignorando a larga maioria que não consegue cumprir os requisitos exigidos pelos Bancos. Por outro lado, a IFH que detinha o maior banco de solos urbanos do país, deixou de produzir habitação de interesse social, a custos controlados, para facilitar os jovens que procuram a primeira casa de morada de família, o que só se consegue compreender por motivos ideológicos e por eventuais desvios desses terrenos do seu fim inicial.
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- Não foram criados verdadeiros espaços de participação e de audição da juventude funcionais, muito menos para obviar a sua participação nos processos decisórios. As reformas para garantir a presença de jovens nos espaços de decisão — não como figurantes, mas como protagonistas, foram sistematicamente adiadas.
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Jovens como maior força social do país
O dirignte juvenil, que é também deputado da Nação , lembrou que os jovens são mais de 60% da população - a maior força social do país. « Somos também a geração mais qualificada da história de Cabo Verde, mas infelizmente, também a mais desaproveitada. Esta é a geração de jovens que terminam o ensino superior, aqui ou fora do país, e voltam para o desemprego, para empregos com contratos precários ou para estágios intermináveis».
Destacou que esta é a geração de jovens que trabalha, mas dificilmente consegue sair da casa dos pais «Que paga rendas que ultrapassa, muitas vezes, 40 ou 50 % do seu salário, não consegue ter acesso ao crédito, logo à bonificação dos juros atribuídos pelo Estado, porque os contratos de trabalho são precários e os rendimentos mais baixos do que o que a geração anterior auferia, tornando o direito a habitação um sonho distante».
«Temos cada vez mais jovens forçados a viver em ilhas desconectadas e bairros esquecidos, a lutar contra a exclusão e o abandono institucional. Temos cada vez mais famílias que hipotecam tudo para dar uma formação superior aos filhos — e depois, porque entre o deve e o haver as contas não batem, veem esses filhos partir para trabalhar fora do país, muitas vezes hipotecando os seus sonhos e o elevado investimento feito na sua formação, porque lá fora é mais difícil sermos nós por inteiro. Outros, vão ficando bloqueados nas ilhas e nas cinturas das cidades, alimentados pela esperança que “não há mal que sempre dure».
Diante de tudo isto, De Pina desafiou que, neste momento de balanço, resta dizer ao Primeiro-ministro que a juventude cabo-verdiana não será, mais uma vez, um slogan de campanha. «Não vamos desistir. Vamos ser nós a organizar para que sejamos ouvidos e integrados de forma correta na carruagem do progresso e do desenvolvimento. A política precisa dos jovens. Cabo Verde precisa da sua maior força, a juventude. Se não nos abrem as portas, forçaremos as janelas, porque temos criatividade e energia para tal. Se não os dão lugar à mesa, fazemos e trazemos a nossa cadeira», concluiu, defendendo que o futuro não espera e esta geração de jovens também não continuará em lista de espera.
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