domingo, 15 junho 2025

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Reação de Israel está a assumir formas inaceitáveis

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O chefe da diplomacia italiana afirmou hoje que a "reação legítima" de Israel ao ataque do Hamas em outubro de 2023 "está a assumir formas absolutamente dramáticas e inaceitáveis" e exortou Telavive a pôr fim à ofensiva em Gaza.

Intervindo num debate no parlamento italiano, em Roma, sobre a situação na Faixa de Gaza, o vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, sustentou que "a população da Faixa de Gaza está a pagar um preço muito elevado há demasiado tempo" e defendeu que "os bombardeamentos devem terminar, a ajuda humanitária deve ser retomada o mais rapidamente possível, o respeito pelo direito humanitário internacional deve ser restabelecido".

"Como recordou o Papa Leão XIV, estão a pagar as crianças, os idosos, os doentes. Estas mortes inocentes ferem os nossos valores e ultrajam as nossas consciências. A reação legítima do governo israelita a um ato terrorista terrível e sem sentido está a assumir formas absolutamente dramáticas e inaceitáveis", declarou.

 

Tajani voltou a defender a solução de "dois povos, dois Estados", na sua opinião "a única que garante o respeito pela dignidade e pelos direitos de ambas as populações", insistindo que "a única perspetiva possível para a paz, o objetivo inalienável, continua a ser o lançamento de um processo político que conduza à coexistência de dois Estados em paz e segurança".

Nesse sentido, disse querer "reiterar aqui hoje, com a maior clareza, que a expulsão dos palestinianos de Gaza não é e nunca será uma opção aceitável".

"É por isso que apoiamos sem reservas o plano árabe de recuperação e reconstrução da Faixa de Gaza, liderado pelo Egito, que é incompatível com qualquer hipótese de deslocação forçada", reforçou.

O chefe da diplomacia italiana considerou um erro "isolar Israel", apontando que a prioridade do Governo italiano é "uma intensa ação diplomática para reatar os fios do diálogo e pôr termo à catástrofe".

Segundo Tajani, este acordo de associação, que alguns Estados-membros da UE querem rever, constitui "um formato que se revelou inestimável nos últimos meses, permitindo abordar questões de grande significado político, económico e de segurança de uma forma franca e direta e, na verdade, crítica".

Face às críticas dos partidos da oposição, o ministro sustentou que "aqueles que dizem que o Governo está a ignorar a crise em Gaza estão a ofender a verdade, mas acima de tudo estão a ofender os muitos italianos que, numa ação sistémica coordenada pelo Governo, que não tem igual entre os nossos parceiros, deram um contributo concreto para a população palestiniana".

Entre vários exemplos, apontou a iniciativa «Food for Gaza», graças à qual, disse, Itália entregou mais de 110 toneladas de alimentos, produtos de saúde e bens essenciais à Faixa de Gaza desde março do ano passado.

Mais de 54 mil pessoas foram mortas e 123 mil palestinianos ficaram feridos na ofensiva lançada pelo Exército de Israel contra Gaza após os ataques do Hamas ao território israelita em outubro de 2023, adiantaram na terça-feira as autoridades palestinianas.

 

A guerra na Faixa de Gaza começou após os ataques do grupo islamita Hamas a Israel, em 07 de outubro de 2023, nos quais foram mortas mais de 1.200 pessoas e cerca de outras 250 foram sequestradas.

A Semana com Lusa

jcf
O Teatro da Indignação: Quando o Mundo Assiste ao Genocídio com Taças de Champanhe na Mão
O cinismo da comunidade internacional diante de horrores humanitários como o que está a acontecer em Gaza, e já aconteceu em lugares como o Ruanda, é de um nível tão vil que deveria ser classificado como crime moral institucionaliz ado. A ONU, os Estados “civilizad os”, as grandes potências com discursos polidos e prémios Nobel da Paz no bolso... todos observam, fazem declarações “profundam ente preocupadas”, e depois voltam à mesa de negociações para ver qual é a posição mais rentável a tomar. Não a mais justa. Não a mais humana. A mais útil para os seus interesses geoestratégicos e económicos.

No Ruanda, em 1994, 800 mil pessoas foram massacradas em 100 dias. E o que fez a “comunidad e internacional”? Reuniões. Silêncio. Hesitação. Realpolitik. Esperaram que o sangue secasse para depois irem reconstruir — com empreiteiros ocidentais, claro.

Hoje, com Gaza, o guião repete-se. Há crianças a morrer esmagadas, famílias a ser incineradas, jornalistas assassinados a céu aberto — e os líderes mundiais só mexem uma sobrancelha quando a opinião pública começa a ameaçar os seus votos ou contratos.
E depois dizem que “a resposta de Israel está a assumir formas inaceitáveis”… AGORA? Só agora? Quando já mataram milhares? Quando hospitais foram bombardeados? Quando toda uma população está a ser empurrada para a fome e o desespero? Hipócritas.

Estes “líderes do mundo livre” não hesitam em invadir países por petróleo ou “armas de destruição maciça” inventadas, mas gaguejam perante genocídios documentados. São rápidos a sancionar pobres, mas lentos a travar aliados poderosos. Porque no fundo, a vida humana para eles só tem valor quando é conveniente.

Enquanto isso, nas salas refrigeradas de Nova Iorque, Bruxelas e Davos, brindam com champanhe, definem "linhas vermelhas" que nunca se fazem respeitar, e posam para fotos com hashtags vazias sobre direitos humanos.

O que Gaza, Ruanda, o Iémen, a Síria e tantos outros nos ensinam é que o mundo não é governado por monstros — é governado por gente polida, calculista, e desprovida de espinha moral.

E esses são, talvez, os mais perigosos de todos.

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