O Banco de Cabo Verde (BCV) lançou hoje uma campanha para incentivar a utilização de moedas de escudo, divisa do arquipélago, que desde há vários meses escasseiam nas transações diárias no país.
Segundo a Lusa, o banco central quer “despertar a população para a importância de retirar moedas guardadas, para aumentar a oferta do numerário, facilitar o troco, reduzir o gasto público com a reposição das moedas e o impacto no meio ambiente”, anunciou, em comunicado.
A campanha inclui vídeos na Internet e mensagens nos meios de comunicação social.
Cabo Verde tem 68,9 milhões de moedas em circulação, explicou o BCV, que, emite 2,3 milhões de moedas anualmente.
“A proporção de moedas em relação ao total do numerário (notas e moedas) em Cabo Verde é de aproximadamente 3,5%, em alinhamento com os parâmetros internacionais”, acrescentou.
Motoristas de autocarro, vendedoras, taxistas e clientes estão a tentar lidar com a escassez de moedas, que causa um transtorno diário, disseram à Lusa, em setembro.
Segundo descreveram, o problema chega a gerar acesas discussões e a causar prejuízos para alguns, pela impossibilidade de entregar troco nas transações.
Alguns estabelecimentos dão rebuçados em substituição das moedas de menor valor, enquanto as vendedoras se queixam de perder negócio.
Conforme ainda a Lusa, o BCV anunciou um estudo sobre o uso da moeda, além da campanha que agora arranca, e indicou ainda desconhecer teorias que circulam para tentar justificar a escassez – como uma suposta fundição de moedas no país –, mas disse manter "estreita articulação" com a Polícia Judiciária, com vista à investigação de eventuais práticas ilícitas.
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