O director nacional da Educação, Adriano Moreno, afirmou hoje, na cidade da Praia, que a “fraca adesão” à greve dos professores “mostra claramente” que os mesmos já tomaram consciência de quem está a defender os seus interesses.
Este responsável falava à Inforpress em jeito de balanço do primeiro dia da greve dos professores, que iniciou na quinta-feira, em algumas ilhas, tendo afirmado que houve “fraca adesão, à volta de 25 a 35 por cento (%)”.
“Participou [na greve] um número muito reduzido de professores e também não houve adesão em vários municípios e ilhas como Santa Catarina, Santa Cruz, Santo Antão, Fogo, Maio e Brava”, certificou Adriano Moreno, acrescentando que registou também uma “fraca adesão” na cidade da Praia e em São Vicente.
“Finalmente, a máscara dos sindicatos já começou a cair. Quando ouvimos um sindicalista afirmar que o objectivo principal da greve é perturbar o arranque do ano lectivo, pronto, está tudo dito”, enfatizou.
Esclareceu que o Governo nunca tem a pretensão de colocar o professor que não seja no quadro especial, considerando que isto é uma invenção dos sindicatos, que os professores "sempre são do quadro especial e assim vai permanecer”.
“Nunca houve também limitação das promoções, tanto na vertical como na horizontal, e isto está claro no PCFR [Plano de Carreiras, Funções e Remunerações], portanto, é o sinal de que os professores começaram a tomar consciência de quem está a defendê-los e de quem realmente os quer prejudicar”, elucidou.
Adriano Moreno disse que o Ministério da Educação e o Governo estão a favor dos professores, a defender os seus interesses com introdução de melhorias salariais.
O director nacional da Educação esclareceu que os professores têm direito à manifestação e que o Governo não “intimida ninguém” em fazer a greve, recordando que a negociação com os sindicatos foi feita e que tiveram um entendimento e depois os professores ficaram livres de fazer ou não a manifestação.
Quanto aos processos disciplinares, lembrou que alguns professores foram alvos de acções disciplinares no final do ano lectivo pelo não lançamento das notas dos alunos, mas que isto não tem nada a ver com a participação dos mesmos na greve.
“Depois de reiteradas comunicações no sentido de não prejudicarem os alunos, de darem a conhecer a avaliação dos mesmos, portanto, nós não podemos permitir que estes [alunos] fiquem prejudicados e que haja perturbações que ponham em causa o funcionamento do ano lectivo e, nestas circunstâncias, que alguns professores foram notificados”, esclareceu.
Adriano Moreno aproveitou a oportunidade para pedir aos professores que tenham “calma e serenidade”, e que o Governo, através do Ministério da Educação, está aberto para discutir com a classe.
“Estamos a fazer de tudo para que os professores tenham melhores condições salariais, possam evoluir na carreira, manter o seu quadro especial e tenham óptimas condições nas salas de aulas para trabalharem”, sublinhou este responsável.
A greve dos professores iniciada na quinta-feira às 07:00 deverá terminar às 18:00 desta sexta-feira.
A Semana com Inforpress
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