A Comissão Europeia autorizou hoje a vacinação de adolescentes, cidadãos entre os 12 e os 17 anos, contra o mpox, na sequência de uma recomendação feita na quinta-feira pela Agência Europeia do Medicamento (EMA).
Em comunicado, o executivo comunitário anunciou que autorizou a vacinação de adolescentes.
A EMA recomendou alargar a vacinação ao mpox a adolescentes na sequência de uma investigação que comparou a resposta imunitária de 315 adolescentes com a de 211 adultos e concluiu que “é semelhante”.
“Desse modo, é possível concluir que a vacina irá produzir em adolescentes efeitos de proteção semelhantes aos que tem nos adultos”, sustentou a EMA.
O mpox é uma doença transmitida a pessoas por animais, “nomeadamente roedores, mas também pode espalhar-se entre pessoas”, acrescenta a agência.
As primeiras 100.000 doses da vacina contra o vírus mpox disponibilizadas pela União Europeia (UE) chegaram no início de setembro à República Democrática do Congo.
Em simultâneo estão previstas mais 315.000 vacinas provenientes de Portugal, Espanha, Alemanha, França, Malta, Luxemburgo, Croácia, Áustria e Polónia, número que poderá ser superior, com outros Estados-membros que eventualmente queiram participar neste esforço conjunto.
As vacinas serão dadas ao Centro para Prevenção e Controlo de Doenças de África (África CDC) para distribuir pelos principais países mais afetados por este surto.
Também no início de setembro, durante uma audição no Parlamento Europeu, a diretora do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) revelou que o risco para a população dos países da União Europeia (UE) "é baixo".
“É preciso clarificar uma coisa, o mpox não é o próximo covid-19”, assegurou Pamela Rendi-Wagner.
Reconhecendo que “o tamanho do surto em África pode ser muito maior”, por falta de informações credíveis, a diretora do ECDC [Centro Europeu de Prevenção de Doenças] sustentou que os vírus do mpox e o SARS-CoV-2 se “espalham de maneiras diferentes, têm riscos completamente diferentes e também há uma vacina eficaz” para o mpox.
“Não era esse o caso em 2020 quando começou a pandemia da covid-19”, completou.
A também antiga diretora-geral de Saúde Pública da Áustria recordou que o único caso registado da estirpe que está a propagar-se em África foi em Estocolmo, de uma pessoa que tinha viajado para uma das áreas naquele continente que estavam a ser afetadas pelo surto.
A Semana com Lusa
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