Morreu aos 66 anos de idade, o antigo guarda-redes do Futebol Clube Botafogo, de São Filipe, João Alves (“Djudjuka”), como era conhecido no mundo de futebol aos 66 anos de idade, vítima de doença prolongada, na noite deste domingo, 15, na cidade da Praia.

O anúncio foi feito pelo seu filho mais velho,  Carlos  Alves (Calú), que reside há anos na cidade da Praia e que tem seguido de perto o pai durante mais de oito meses internado no Hospital Universitário, Dr. Agostinho Neto.

Natural da de São Filipe, “Djudjuka”, ainda adolescente, integrou o plantel de Botafogo aos 15 anos de idade. Já em 1978 estreou-se como guarda-redes na mesma equipa e em pouco tempo se destacou entre os vários guarda-redes da ilha natal, conforme revela ao Asemanaonline, o antigo presidente do BFC, Anatólio Fonseca.

Além do futebol, “Djudjuka” foi funcionário da Câmara Municipal da Brava desde o ano de 1982 a 2016, altura em que se aposentou. Era muito ativo em suas atividades profissionais e muito querido pelos bravenses, conforme relata o ex-presidente do Botafogo Futebol Clube, Anatólio Fonseca. Sabe-se ainda que na ilha das flores, o malogrado também, foi jogador das equipas de Nô Pintxa e Morabeza, de 1982 a 1994 e mais tarde passou a ser treinador da seleção da ilha das flores. “Depois de aposentado, regressou à ilha do Fogo e ocupou o cargo de Diretor desportivo do Botafogo Futebol Clube”, informa a fonte.

O antigo guarda-redes de renome nacional desaparece assim, do mundo de futebol, pois foi um atleta que deixou marca no BFC, equipa na qual brilhou tanto, e que representou a ilha em várias ocasiões a nível do desporto regional e nacional.

Sobre Botafogo

Segundo informações avançadas a este diário digital pelo antigo presidente do clube, Anatólio Fonseca, Botafogo Futebol Clube foi fundado na Cidade de São Filipe, ilha do Fogo, a 13 de Julho de 1973, dois anos antes da Independência Nacional. “É um clube multidesportivo que possui departamentos que incluem futebol, basquete, voleibol e atletismo”, aponta.

A mesma fonte revela ainda que a equipa inspirou-se no Botafogo de Futebol e Regatas, do Brasil, para a sua criação, razão pela qual, além do nome, o equipamento apresenta as cores semelhantes ao do clube brasileiro, sendo o seu distintivo, alvinegro com as iniciais do clube (BFC).

Recorde-se que Botafogo venceu seu primeiro título regional em 1976 e o único titular nacional em 1980. A nível da regional, o clube conseguiu os primeiros títulos (17), sendo o último em 2022.

De acordo com o arquivo do clube, na época de 1975/76 o Botafogo disputou a sua primeira final do campeonato nacional, depois de vencer nas meias-finais o Boavista da Praia. Na época seguinte perdeu nas meias-finais para o Sporting da Praia, na de 1979/80 venceu nas meias-finais a equipa representante de Santiago e bateu na final o Mindelense, conquistando assim o primeiro e único título nacional.

“No seu palmarés, Botafogo conta ainda três títulos da taça Fogo em futebol (2003, 2006, 2010), um título do torneio de abertura (2000/2001), mas também venceu outras taças como a de Bandeira de São Filipe (2008 e 2015), além de várias taças conquistadas em vários torneios em que participou em diferentes ilhas de Cabo Verde. De referirt que esta agremiação dispõe de sede própria, situada no bairro de Lém de Baixo (São Filipe)”, lê-se no registo arquivado.

Para sempre ficará o talento de um dos guarda-redes mais marcantes do futebol caboverdiano, particularmente da região Fogo/Brava. Djudjuka deixou a mulher e três filhos de maior idade.

O corpo do malogrado será transladado esta quinta-feira, 19, para a ilha Brava, onde residia desde 1982 e será dado à terra na tarde do mesmo dia.

Entretanto, este diário digital soube através de familiares, que as equipas de BCF, Nô Pintxa e Morabeza realizarão, ainda nesta quinta-feira, uma cerimónia de homenagem e reconhecimento pelo talento desse desportista foguense.

À família enlutada, a equipa do Asemanaonline endereça as mais sentidas condolências.

CL/Redação