"Ele pretende estar acima da lei (...) Tem o descaramento de dizer que não reconhece as leis, que não reconhece nada, isso é inadmissível", afirmou, na segunda-feira, Nicolás Maduro num programa semanal de televisão.
A declaração foi feita paralelamente à divulgação de um mandado de prisão emitido por um tribunal especializado em terrorismo contra Edmundo González Urrutia, ativista e candidato às presidenciais de julho.
González Urrutia está acusado de alegadamente ter cometido os crimes de "usurpação de funções", "falsificação de documentos públicos", "instigação à desobediência das leis", "conspiração", "sabotagem de danos aos sistemas e associação [para cometer um crime]".
Embora não se tenha referido ao mandado de captura, Maduro reiterou que o líder da oposição "está escondido", em referência à decisão de González Urrutia de permanecer "sob proteção", devido às repetidas ameaças de prisão após as eleições presidenciais de 28 de julho, por não reconhecer o resultado oficial, que deu a vitória a Nicolás Maduro.
O mandado de prisão foi emitido menos de uma hora depois de o Ministério Público (MP) o ter solicitado.
O MP publicou a ordem na rede social Instagram, especificando que, uma vez efetuada a detenção, González Urrutia "deve ser imediatamente colocado à disposição" do Ministério Público, que, por sua vez, "deve apresentá-lo perante [o tribunal] no prazo de 48 horas após a detenção".
O pedido de emissão do um mandado de prisão foi feito depois de González Urrutia não ter comparecido a três convocatórias, nas quais devia prestar declarações no âmbito de uma investigação relacionada com alegações de fraude nas presidenciais.
A investigação está relacionada com a publicação de uma página na Internet em que a principal coligação da oposição - Plataforma Unitária Democrática (PUD) - afirma ter carregado "83,5% das atas eleitorais" recolhidas por testemunhas e membros das mesas de voto para reforçar a afirmação de que González Urrutia ganhou as eleições por uma ampla margem.
A PUD divulgou as atas, que o executivo, por sua vez, qualificou de falsas, depois de o Conselho Nacional Eleitoral ter proclamado Maduro como vencedor das eleições.
A vitória do atual Presidente foi questionada por vários países, alguns dos quais apoiam a afirmação de que González Urrutia ganhou a liderança do país.
A Semana com Lusa
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