A mastóloga Emília Vieira, especialista em cancro de mama, apelou sexta-feira, em Sal rei, às mulheres no sentido de realizarem exames de rastreio para a prevenção e diagnóstico processe do cancro da mama.
“É muito mais fácil, mais barato e mais económico rastrear do que tratar o cancro da mama, é muito mais fácil fazer uma mamografia a cada dois anos, e muito mais económico para o Governo do que estar a tratar 20 ou 40 mulheres por ano fora do país. Portanto, é uma questão de repensar talvez a política havida”, afirmou Emília Vieira, durante uma conversa aberta sobre a doença dirigida às mulheres, realizada no âmbito das actividades do Outubro Rosa.
Na ocasição, a médica especialista em oncologia alertou para o facto de a ilha da Boa Vista não estar “tão bem implementada” em termos de rastreio mamográficos, dando conta que a equipa de especialista tentou durante a campanha de rastreio, realizada em vários povoados da ilha, colmatar esta falta, ensinando as mais de 200 mulheres observadas a perceberem alterações nas suas mamas.
Emília Vieira, que também é presidente da associação portuguesa de luta e prevenção contra o cancro de mama “Amigas do Peito”, adiantou que não registaram nenhum caso de cancro, mas chamou a tenção para o facto de 35 dessas mulheres ter histórico familiar de câncer da mama, pelo que, aconselhou, devem ter cuidado com elas e insistir nos seus exames mamográficos.
Para a especialista, as mulheres, principalmente as com menos de 40 anos, já estão despertas para a situação, mas depois esbarram na parte económica de que na ilha não se fazem os exames e não têm possibilidade de os fazer fora.
Páscoa Veludo, de 59 anos, e que esteve presente na actividade, disse que gostaria que o rastreio não fosse apenas nesse dia, garantindo que vai transmitir tudo o que aprendeu às outras mulheres, para cuidarem de si e fazerem o autoexame em casa.
Outra questão que chamou a atenção do público foi a informação passada pela cirurgiã oncológica Emília Vieira de que os homens também devem estar atentos à doença, pois em casos de cancro de mama em homens o risco de transmissão aos descendentes aumenta em 90%, pelo que obriga ao estudo genético.
O evento foi concluído com o lançamento do livro “O que Faço? Tenho Cancro da Mama”, de Emília Vieira, e as atividades terminam hoje com “Caminhada Rosa”, que parte às 09h30 do Polivalente Djidjung e vai percorrer as ruas de Sal Rei até a praia Diante.
A Semana com Inforpress
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