O primeiro-ministro cabo-verdiano e líder do Movimento pela Democracia (MpD) disse hoje que é preciso combater desigualdades de género na política, depois de o partido apresentar os cabeças de lista para as autárquicas, sem mulheres.
“Temos [mulheres] no parlamento e noutros órgãos do país, mas temos ainda combates a fazer”, referiu o chefe do Governo, acrescentando que gostaria de ter uma mulher como cabeça de lista.
“Gostaria de ter mais mulheres candidatas, mulheres que consigam não só representar, mas vencer as eleições e governar bem. Esperamos que nas próximas eleições possamos estar mais bem cotados nessa aérea”, frisou Ulisses Correia e Silva.
Ainda assim, Correia e Silva disse que Cabo Verde tem um sistema político onde as mulheres participam, graças à lei da paridade.
No caso das eleições autárquicas, a legislação obriga a que pelo menos 40% dos candidatos sejam mulheres.
A lei define ainda que os dois primeiros lugares nas listas terão de ser “ocupados por candidatos de sexo diferente, não podendo ser colocados mais de dois candidatos do mesmo sexo, consecutivamente, na ordenação dos restantes lugares”.
Ou seja, o segundo lugar das listas do MpD a candidatar, este ano, às câmaras, será ocupado por mulheres.
Jassira Monteiro, única mulher a presidir a um município no arquipélago (Santa Catarina de Santiago), ficou fora das escolhas do MpD, depois ter assumido a liderança no município em 2020, após a morte do autarca José Alves Fernandes.
Correia e Silva disse que o MpD definiu um regulamento para escolher os candidatos e que contará com Jassira Monteiro “para outras funções”.
O MpD vai apostar no ministro da Cultura e do Mar, Abraão Vicente, para reconquistar a Praia, capital do país, enquanto em Santa Catarina do Fogo o candidato é o secretário de Estado da Saúde, Evando Monteiro.
Por causa dessas duas saídas, Ulisses Correia e Silva garantiu que “vai haver ajustamentos” no Governo.
O partido dirige 14 câmaras municipais e decidiu recandidatar nove dos autarcas.
Por sua vez, o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), o maior partido da oposição parlamentar, dirige oito autarquias e prevê apresentar os cabeças de lista até final do mês.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Cabo Verde propôs na terça-feira que as eleições autárquicas se realizem em novembro, cabendo ao Governo fixar a data.
A Semana com Lusa
11 de Março de 2024
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