O Conselho Internacional para o Controle de Narcóticos denunciou esta terça-feira que narcotraficantes na tríplice fronteira entre o Brasil, a Colômbia e o Peru expandiram as operações na bacia amazónica para a mineração ilegal.
Um relatório divulgado por aquele Conselho (INCB, na sigla em inglês) indicou que organizações de tráfico de droga continuam a expandir as operações na bacia amazónica para a mineração ilegal, a exploração ilegal de madeira e o tráfico de animais selvagens.
“Essas atividades têm sido ligadas a suborno, extorsão, fraude e lavagem de dinheiro, bem como a homicídios, agressões violentas, violência sexual e trabalho forçado na Amazónia”, de acordo com o documento.
O INCB denunciou ainda que nas regiões amazónicas do Brasil, da Colômbia e do Peru, quase 80% da bacia amazónica, a violência é também alimentada pela presença das organizações criminosas brasileiras como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital.
Estas milícias “colaboram com as organizações colombianas para traficar substâncias ilícitas e substâncias ilícitas e resíduos ilícitos de mineração através da fronteira”, disse o INCB.
Esta abordagem dos criminosos, “conhecido como narco-desflorestação”, coloca novos desafios às autoridades e representa “uma ameaça significativa para a maior floresta tropical do mundo”, afetando de forma desproporcionada povos indígenas, e outras populações vulneráveis obrigadas a deslocações forçadas, já que correm riscos de envenenamento por mercúrio e maior exposição à violência.
Além do Brasil, um dos principais pontos de partida de cocaína para a Europa, outro país lusófono mencionado no relatório é Moçambique, em especial no tráfico de heroína.
“Embora a sub-região da África Oriental seja principalmente utilizada como ponto de entrada para a heroína proveniente do Sudoeste Asiático, a droga é traficada através de todas as sub-regiões para chegar aos mercados de consumo”, referiu.
“Em julho de 2023, a Célula de Planeamento Trilateral criada pelas autoridades de Moçambique, África do Sul e Tanzânia para combater o tráfico de heroína através da rota sul apreendeu 250 quilogramas da substância na fronteira com Moçambique”, lembrou o INCB.
A Semana com Lusa
06 de Março de 2024
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