Pelo menos 70 pessoas morreram e 280 ficaram feridas num ataque alegadamente lançado pelo exército sudanês na região de Darfur do Norte, no oeste do Sudão, informou este sábado o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR).
O ataque aconteceu, segundo avançaram os paramilitares em comunicado, na sexta-feira “num mercado popular da zona de Al Koma, no estado de Darfur Norte”, controlado pelas FAR, que enfrenta o exército sudanês numa guerra que começou a 15 de abril de 2023.
Esta ação, que até agora não foi reivindicada pelo exército sudanês, “matou 70 pessoas instantaneamente, carbonizando os seus corpos em cenas horríveis e deixou mais de 280 pessoas feridas perante a falta de serviços médicos de emergência e à incapacidade do hospital da região para tratar casos críticos, referem os paramilitares.
Este ataque foi registado um dia depois de o perito designado pela ONU para os direitos humanos no Sudão, Radhouane Nouicer, ter apelado aos dois lados do conflito no país - as Forças Armadas Sudanesas e o FAR - para porem fim à violência contra civis e às execuções.
Radhouane Nouicer alertou, num comunicado divulgado na sexta-feira, que a escalada na Grande Cartum “ecoa os horrores” do período inicial do conflito, em abril de 2023, e que esta situação poderá resultar num grande número de vítimas civis e em graves violações dos direitos humanos.
O exército sudanês lançou, no mês passado, uma grande ofensiva para recuperar o controlo de áreas-chave atualmente detidas pelas FAR. Os dois exércitos liderados por generais rivais estão envolvidos numa luta brutal pelo poder desde abril de 2023.
Os combates obrigaram mais de 11 milhões de pessoas a abandonar as suas casas no Sudão, das quais cerca de 2,9 milhões foram forçadas a deslocar-se para países vizinhos como refugiados.
A Semana com Lusa
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