O caminho de peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora do Socorro, desde o aeródromo de São Filipe até ao Santuário, passou a dispor de sinalização e paragens para descanso dos peregrinos.
A sinalização do caminho, utilizado anualmente por ocasião do dia 05 de Agosto, dia da Nossa Senhora do Socorro, padroeira dos viajantes, dos náufragos e dos emigrantes e da aldeia turística rural e religiosa de Luzia Nunes e Santuário da Nossa Senhora do Socorro, foi concluída quarta-feira, 31 de Julho, segundo a vereadora da Cultura, Lia Barbosa.
A mesma inclui a identificação e sinalização de sete paragens que representam as sete últimas palavras de Jesus Cristo na Cruz para a paragem e descanso dos peregrinos, assim como para meditar na palavra de Jesus Cristo e depois prosseguir a caminhada até chegar ao santuário e em cada paragem foi colocado bancos.
Já na aldeia turística rural e religiosa de Luzia Nunes e Santuário da Nossa Senhora do Socorro foram colocados painéis informáticos para apoiar as pessoas que se deslocam ao santuário, assim como a identificação das cinco casas de famílias de Luzia Nunes que passam a receber turistas no quadro do projecto de aldeia turística rural e religiosa.
No santuário de Nossa Senhora do Socorro foi construído um espaço maior para queima de velas cuja cera será aproveitada para confecções de “souvenirs” ligados ao próprio santuário.
A vereadora da Cultura da edilidade de São Filipe, Lia Barbosa, disse que a intenção é de efectuar uma visita guiada antes do dia 05 de Agosto, mas que a mesma vai depender da disponibilidade do padre responsável do santuário que nestes dias está ocupado com a preparação das actividades para assinalar o 05 de Agosto, dia Nossa Senhora do Socorro.
Anualmente, dezenas de pessoas fazem o percurso pedestre desde a cidade de São Filipe até ao Santuário de Nossa Senhora do Socorro que recebe várias centenas de fiéis católicos para assistir à missa em homenagem à santa padroeira dos viajantes, dos náufragos e dos emigrantes.
O santuário situa-se a sul da cidade de São Filipe, a pouco mais de dez quilómetros e é muito visitado durante o ano, sobretudo por ocasião do dia 05 de Agosto.
A capela, hoje santuário, foi construída pelo padre Amaro Monteiro Pereira Rebelo, nos meados do século XVIII, e sempre foi uma capela particular à semelhança de outras que existem em várias localidades da ilha, passando a ser propriedade do sobrinho mais velho do padre, depois da morte da irmã, Maria Fidalga Monteiro Pereira de Rebelo.
Em 1999, com a morte da última proprietária, Ana Gisela, o seu filho residente nos Estados Unidos da América vendeu o santuário aos amigos da família, os capuchinhos.
Dados históricos apontam pela ocorrência de vários incêndios na capela devido as velas deixadas acesas, tendo o último incêndio ocorrido no tempo de José Joaquim Barbosa Vicente, nos finais de 1800, tendo sido restaurada no princípio de 1900.
A construção da capela de Nossa Senhora do Socorro envolve algumas lendas e por exemplo, conta-se que um pastor teria encontrado a estatueta da santa numa escavação da rocha de António de Pina, perto do local onde foi erguida a capela, e a teria levado para a então vila de São Filipe (actual cidade).
O pároco teria colocado a estatueta no altar, mas que no dia seguinte, quando o pastor foi à igreja, encontrou a estatueta atrás da porta, tendo-a colocada de novo no altar, mas três dias depois a imagem da Santa voltou ao local inicial e, conforme a lenda, a santa teria conversado com o pastor.
Na data da construção da capela, reza a história, não havia material de construção civil (madeira) na ilha, mas foram encontradas, numa pequena praia, próxima do local onde se veio a erguer a capela, pranchas de madeiras que foram usadas na sua construção, facto que as pessoas consideraram na altura como milagre da Nossa Senhora do Socorro.
Para algumas pessoas a madeira provinha de um barco que teria naufragado nas proximidades e a estatueta deveria pertencer a um dos passageiros, já que a Nossa senhora é padroeira dos viajantes e náufragos.
Até hoje permanece a superstição de que se algum membro da família quisesse construir uma casa perto da capela acabaria por morrer antes da sua conclusão, e, por coincidência ou não, um elemento da família que quis construir uma casa nas proximidades da capela para criar melhores comodidades para os que preparavam banquete para o dia 05 de Agosto morreu antes da sua conclusão.
Conforme a vontade da última proprietária, Gizela Vasconcelos Barbosa Vicente de Pina, os Irmãos Capuchinhos, compraram no ano 2000, a capela e o terreno à sua volta com o objectivo de cuidar da capela secular para melhor servir à devoção mariana da ilha.
Neste momento, os proprietários do santuário dispõem de um projecto para a sua ampliação e numa primeira fase serão construídos dois salões anexos e um conjunto de quatro quartos com condições para alojar famílias que se deslocam ao santuário.
A Semana com Inforpress
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