Os preços das passagens em Cabo Verde, principalmente aéreas, os constantes atrasos e cancelamento dos voos e viagens marítimas são desassossegos dos cidadãos, para quem viajar actualmente tornou-se uma experiência cada vez mais espinhosa e desprazerosa.
Numa volta ao Aeroporto Internacional Nelson Mandela, na cidade da Praia, esta quarta-feira, a Inforpress pôde reparar nalgumas pessoas e passageiros um semblante de desgosto e desagrado, provocado pela situação de atrasos e cancelamentos dos voos.
Perante a abordagem, Celina Dias, que se encontrava sentada num dos bancos, acabou por falar da sua insatisfação dado ao “muitíssimo atraso” do voo Praia/Sal, conforme contou, sublinhando que nesses últimos tempos assiste-se a uma “crise profunda” nos transportes aéreos, mas também marítimos, com impacto negativo na vida das pessoas.
“A retenção das pessoas em determinados lugares e aeroportos e portos do país, que faz com que não cheguemos atempadamente ao nosso destino, provoca aborrecimentos e constrangimentos e quase que paralisa, também a economia nacional”, desabafou, referindo-se, entretanto, que reclamar “nesta terra não dá em nada”.
Outro passageiro ao lado, opinou também em tom irritado, que a falta de pontualidade na saída dos aviões torna a viagem mesmo que seja de férias para relaxar uma experiência cada vez mais “difícil, complicada e espinhosa”.
“Viajar de avião pelo país, mesmo que para relaxar tornou-se uma experiência penosa, associado aos preços das passagens que têm disparado, mexendo severamente com o bolso e as economias dos cabo-verdianos, enquanto o salário fica igual”, exteriorizou.
A viver este contexto, e entendendo que voos, passagens baratas “já era”, Alcindo Mendonça atira que a demanda se mantém elevada mesmo diante de preços mais altos, com voos a chegarem completamente lotados na sua maioria, por isso as companhias, a TAP, por exemplo, não cede nos preços.
“A aviação é também um negócio. É a lei da oferta e da procura. E em Cabo Verde não temos alternativas (…) viajar de avião no país tornou-se um absurdo. Os preços disparam, mas o consumidor paga. Toda a gente reclama, mas toda a gente paga… quer, precisa viajar”, contemplou, apontando que o mesmo se assiste a nível dos transportes marítimos.
“Quando no passado foi prometido mais frequência, mais regularidade, mais pontualidade para acelerar a economia nacional e facilitar a vida das pessoas…, mas o que nós estamos assistindo é o contrário de tudo isso”, reforçou.
O apelo de uns e outros é que aqueles que estão investidos com autoridade “tomem consciência, e procurem outra forma de governar o país”, exteriorizam, enfatizando que há momentos em que os cidadãos ficam “desorientados” diante desses constrangimentos a nível dos transportes.
Um assistente de terra, sem querer ser identificado, explicou, que em caso de cancelamento ou atraso de voos, os passageiros devem reivindicar os seus direitos.
Lembrou, por exemplo, que se o voo atrasar duas horas, o passageiro tem direito a um ‘voucher’ de refeições, enquanto se for cancelado, deverá ser encaminhado num outro voo ou devolver-lhe o dinheiro da passagem.
Avançando com algumas tarifas, uma agência de viagem aponta que um bilhete Praia/Sal, ida e volta, custa 23.309 escudos, Praia/São Vicente 25.306 escudos, Praia/Boa Vista via Sal, 24.985 escudos, só para citar alguns exemplos.
Contudo, se a pessoa comprar o bilhete com alguma antecedência, poderá ter a sorte de encontrar promoção no preço das passagens.
Perante o “drama”, as pessoas com quem a Inforpress conversou dizem que a situação mexe com os rendimentos das famílias, provocando um “impacto negativo” na vida das pessoas.
A Semana com Inforpress
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