Os trabalhadores salenses querem melhores condições de trabalho e mais formas de fiscalização dos direitos trabalhistas face aos desafios que enfrentam no dia-a-dia.
Este apelo foi feito no dia que se comemora o Dia do Trabalhador, uma data que a priori deveria ser de comemorações, mas que muitos dizem desesperançados com a conjuntura pela qual a maioria passa.
Conforme Suzilene Monteiro, que trabalha numa agência de turismo, as pessoas na ilha estão cansadas das “falsas promessas” das entidades patronais que vêm “explorando” os trabalhadores sem que estes tenham sequer o direito de reclamar por medo de represálias.
“De um modo geral o que é preciso é melhorias das condições com que os trabalhadores laboram e quem de direito criar mecanismos melhores para fiscalizar o cumprimento dos direitos dos trabalhadores. É triste ver, principalmente nos hotéis, como funcionam, sem nenhuma fiscalização, para averiguar se tudo está dentro da lei”, desabafou.
“Os trabalhadores estão todos cansados desta mesma situação e é por isso que estamos a ver muitos jovens a tentarem ser empreendedores, porque a situação vai de mal a pior, sempre com a incerteza de quando serão despedidos e sem verem os seus direitos respeitados”, continuou.
Outra questão que colocam tem a ver com apoio a trabalhadores estudantes, que muitas vezes ficam sem uma
alternativa de vida por não conseguirem arcar com as despesas da família e de sustentar um curso ou formação.
Já para Nadmira Silva, é preciso que se leve em conta a saúde dos trabalhadores em todos os aspetos e pensar numa solução para aqueles que são obrigados a deixar os filhos sozinhos em casa.
“Sendo o Sal uma ilha turística, em que a maioria dos postos de trabalho está nos hotéis, há que ver uma solução para minimizar a preocupação dos pais que têm que deixar os filhos em casa de familiares ou às vezes até mesmo sozinhos”, disse.
A mesma pede mais incentivos das empresas, que são na sua maioria estrangeiras, considerando que os colaboradores passam a maior parte do tempo fora de suas casas, a calcular o tempo que levam para ir e voltar à cidade de Santa maria e pelas condições de transportes que têm que enfrentar.
Corroborando com esta informação, Adilson Semedo também pede que “o Governo e entidades patronais levem em consideração a revisão do Código Laboral”, pensando na defesa dos direitos dos trabalhadores.
O dia primeiro de Maio na ilha do Sal não foi de manifestações como acontecem em outras ilhas e como os sindicatos têm vindo a sugerir, mas também muitas pessoas lembram que a conjuntura não é de muita festa.
A Semana com Inforpress
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