O presidente norte-americano, Donald Trump, assinou na quinta-feira à noite o decreto que fixa a tributação alfandegária a partir de 7 de agosto. Brasil, Canadá e Suíça são os países mais penalizados. Principais mercados financeiros europeus estavam no vermelho a meio da sessão desta sexta-feira.

As principais bolsas europeias abriram no vermelho esta sexta-feira, apesar da aplicação das novas tarifas ficar agendada para 7 de Agosto para permitir a organização da colecta nos Estados Unidos.

Muitos países continuam a negociar e esperam alcançar um acordo em tempo útil. É o caso da Suíça que viu as suas exportações serem punidas com uma taxa de 39 por cento.

Donald Trump também acentua a pressão sobre o Canadá. Os produtos que não estão abrangidos pelo acordo de livre-câmbio entre os três países da América do Norte terão uma taxa 35 por cento. Otava manifestou o seu desapontamento.

A pressão de Washington também é política. Trump afirmou que seria muito difícil os dois países alcançarem um acordo depois do Canadá manifestar a intenção de reconhecer o Estado da Palestina.

As taxas de 19 por cento aplicadas ao Camboja e à Tailândia são outro exemplo de como Trump utiliza as taxas alfandegárias como arma política. Os dois países esperavam taxas de 49 e 36 por cento, respectivamente. O presidente americano recorreu ao comércio para impor um cessar-fogo ao Camboja e à Tailândia.

Quatro dezenas de países têm uma taxa de 15 por cento sobre a maioria dos produtos. É o caso de Angola, Moçambique, Japão ou os países da União Europeia.

Já o Brasil foi castigado com uma taxa de 50 por cento para mais de metade das suas exportações para os Estados Unidos. Produtos como aeronaves civis, petróleo ou fertilizantes permanecem com uma taxa de 10 por cento.

Quanto à China, as negociações prosseguem até ao dia 12 de Agosto.

A União Europeia também continua a negociar para tentar isentar produtos tributados 15 por cento, é o caso dos vinhos e bebidas espirituosas que têm nos Estados Unidos um mercado importante para países como França e Portugal.

A Semana com RFI