Paris vive este domingo um dia marcado por três manifestações e tensão política, reflectindo uma polarização do país. A faltarem dois anos das eleições presidenciais de 2027, a capital francesa dividiu-se em três blocos políticos: a extrema-direita, o centro e a esquerda. Uma sondagem publicada este sábado, 5 de Abril, coloca o partido de extrema-direita na frente das intenções de voto para a primeira volta das presidenciais, seja quem for o seu candidato.
Na Praça Vauban, o partido de extrema-direita da União Nacional reuniu milhares de apoiantes num comício de apoio a Marine Le Pen, após a condenação por desvio de fundos públicos.
A líder da extrema-direita denunciou uma “decisão política” e uma “caça às bruxas”, considerando que o julgamento representa uma tentativa de interferência judicial no processo democrático. Segundo Le Pen, a justiça estaria a ultrapassar os seus limites ao querer influenciar quem pode ou não concorrer a cargos públicos. Perante os militantes do partido de extrema-direita Le Pen garantiu "não ceder".
O presidente do partido, Jordan Bardella, qualificou a data da condenação -31 de Março - como um momento sombrio para a democracia francesa, considerando que se trata de uma “decisão judicial injusta e escandalosa” destinada a afastar Marine Le Pen da corrida presidencial.
Em simultâneo, em Saint-Denis, na região parisiense, o partido presidencial Renascimento organizou um congresso centrado na defesa das instituições democráticas. Na abertura do evento, o antigo primeiro-ministro e líder parlamentar do Renascimento, Gabriel Attal, criticou duramente a extrema-direita, acusando-a de atacar os juízes e descredibilizar as decisões da justiça. Gabril Attal afirmou "quando roubas, pagas".
Já na Praça da República, os partidos de esquerda promoveram uma contra-manifestação para denunciar os riscos que veem no crescimento da extrema-direita e a reacção do partido de Le Pen à sua condenação. Para os organizadores, o protesto marcou o início de uma mobilização mais ampla em defesa do Estado de Direito, com novas acções previstas para as próximas semanas.
Uma sondagem publicada este sábado, 6 de Abril, coloca o partido de extrema-direita, União Nacional, na frente das intenções de voto para a primeira volta das presidenciais, seja quem for o seu candidato.
Com a condenação ainda em fase de recurso, o futuro político de Marine Le Pen permanece incerto, mas continua a dividir o país.
A Semana com RFI
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