Os quatro grupos carnavalescos do Sal conseguiram levar à avenida muita cor, brilho e encantamento, numa edição memorável, cumprindo assim as suas promessas, embora com ligeiro atraso, arrastando a festa a até quase 01 hora desta quarta-feira.
As ruas de Espargos transformaram-se num palco de sonhos, onde a criatividade e o talento dos grupos carnavalescos se manifestaram em desfiles “deslumbrantes”.
Desde as primeiras horas da tarde, a animação tomou conta da cidade, com música, dança e fantasias criativas a contagiarem os foliões.
A entrada do primeiro grupo na avenida 13 de Janeiro, que estava prevista para às 18:00s, acabou por acontecer só por volta das 19:20, com o grupo Kriola África a abrir o espetáculo com o enredo "África na Alma, Cabo Verde no Coração", um tributo às raízes africanas e à identidade cabo-verdiana que emocionou o público.
Kriola África, que no ano passado saiu apenas como grupo de animação, este ano conseguiu colocar nas ruas cerca de 200 foliões, um carro alegórico e muito brilho.
Conforme um dos membros da comissão organizadora, Rosa Monteiro, apesar do atraso no arranque do grupo, o sentimento era de dever comprido e de realização, perspetivando melhorar para no próximo ano sair ainda com mais força.
Seguiram-se os Gaviões, com intuito de defender o título que levou para casa no ano passado, com o enredo "Salva Rainha da Morna, Herança de Cis", uma homenagem à rainha da morna e à sua herança cultural, que encantou a plateia com a sua beleza e elegância.
Com cerca de 400 foliões distribuídos por 10 alas, um carro alegórico, um tripé de comissão de frente, o grupo mostrou ao que veio, e aguarda para hoje, com grande expectativa, os resultados do seu trabalho.
Para o presidente do grupo, Aristides de Deus, o sentimento também foi de dever cumprido, lamentando os parcos apoios para o Carnaval na ilha do Sal, para colocar na avenida “um Carnaval a essa altura”.
Sublinhou que é preciso mais confiança nos trabalhos dos grupos, para que continuem motivados a prestar “um Carnaval à altura da ilha”, como foi apresentado durante o desfile do grupo “Gaviões”.
“Pedra de Lume na Folia”, o terceiro grupo a desfilar, neste que foi o seu primeiro ano como grupo oficial, como tinha prometido no ano anterior, que saiu pela primeira vez, competindo em pé de igualdade com os demais grupos, trouxe à avenida o enredo "Pedra de Lume na Rota do Sal, Mar e Desporto", celebrando a história e as tradições da localidade com alas coloridas e alegres.
Com cerca de 120 foliões a desfilar pela avenida, o grupo saiu da avenida com um andor “literalmente ao vivo e a cores”, realizado uma demonstração de todo o processo da extração do sal que se fazia antigamente, o moedor de sal e todo o trabalho de moagem, estocagem e transporte do produto.
Alcindo Silva, membro da organização, ao final do desfile, mostrou-se satisfeito, pelo resultado colocado nas ruas e todo trabalho de um grupo que sai pela primeira vez oficialmente, apostando na história da localidade de Pedra de Lume e das salinas, uma das maravilhas de Cabo Verde.
O grupo “Patchê Parloa” encerrou a noite com “have de ouro”, com um desfile que explorou a história e o futuro da ilha do Sal, com o enredo que se dividiu em oito alas, e que cativou o público com a sua “grandiosidade e originalidade”.
As fantasias “exuberantes e os carros alegóricos imponentes” e a energia contagiante dos foliões criaram um ambiente de muita folia, com o público a vibrar com cada ala e cada detalhe dos desfiles, que revelaram o empenho e a paixão dos grupos carnavalescos.
Com cerca de 400 foliões e com o enredo, uma viagem pela história do turismo no Sal: como tudo começou, os desafios enfrentados, as lendas locais e o futuro promissor, o grupo celebrou a alma turística da ilha, mostrando como o encontro entre a tradição e a modernidade cria uma experiência única, desde as águas cristalinas de Santa Maria até a mística das salinas de Pedra de Lume.
O presidente do Grupo, Nuno Lopes, também mostrou-se satisfeito com o trabalho do grupo, que, conforme disse, “se empenhou para levar a maior demonstração do grupo “Patchê Parloa” para a rua”, lamentando entretanto a falta de divulgação do carnaval do Sal.
No final dos desfiles, a vereadora da Cultura da Câmara Municipal do Sal, Viviana Mendes, sublinhou que todos os grupos estiveram à altura do Carnaval do Sal, embora um pequeno atraso na saída do primeiro grupo, mas que considerou tolerável diante do esforço do grupo.
“Já podemos afirmar sim que o Carnaval do Sal está a ganhar um patamar muito alto, num trabalho que vem de alguns anos atrás e hoje a tendência é a melhoria continua e vamos apostando junto com os grupos, a população e as instituições para podermos chegar onde queremos colocar o Carnaval da ilha do Sal”, frisou.
O Carnaval do Sal de 2025 foi, sem dúvida, um marco na história da ilha, consolidando-se como um dos maiores e mais importantes eventos culturais da ilha.
A festa contagiou o público com a sua alegria, beleza e originalidade, que deixaram muitos elogios depois de assistirem aos desfiles na avenida 13 de Janeiro, conhecida como avenida Chã de Matias, Espargos.
A Semana com Inforpress
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