O Ramadão é um dos períodos mais significativos do calendário islâmico que representa, não apenas uma prática de abstinência, mas uma oportunidade para os muçulmanos se aproximarem de Allah (Deus) e reforçarem a fé.
Em Cabo Verde, a comunidade muçulmana começa o seu período de um mês de jejum, com muita devoção e espírito de solidariedade, respeitando as tradições e os valores do Islão.
Em entrevista à Inforpress, o Imã Neka Thain, líder da comunidade, disse que, para os muçulmanos, o Ramadão é muito mais do que uma simples prática de jejum e que o mês remonta ao ano 610, quando o profeta Muhammad recebeu a revelação da palavra de Allah.
“Durante este período sagrado, os muçulmanos jejuam do amanhecer ao pôr-do-sol, abstendo-se de comer, beber, fumar e ter relações sexuais”, acrescentou o Imã Neka Thain.
Segundo o líder da comunidade muçulmana em Cabo Verde, é um mês importante e o jejum é uma forma de purificar os pecados.
Além do jejum, a oração e a caridade desempenham papéis centrais durante o Ramadão e, a cada dia, os muçulmanos dedicam-se intensamente à oração, afastando-se das más acções e buscando a paz interior.
"O Ramadão é também um tempo de fazer esmola, de ajudar quem mais necessita e é por isso que, durante este mês, praticamos a caridade obrigatória e oferecemos alimentos como arroz ou até dinheiro às pessoas carentes", relata Neka Thain.
A oração, aliada à prática de boas acções, é vista como uma maneira de se aproximar de Deus e purificar a alma.
Para os muçulmanos, o mês do Ramadão começa com uma preparação espiritual, no dia 28 de Fevereiro, antes do início do jejum, a comunidade se reúne para relembrar a verdadeira essência do mês sagrado.
Segundo a mesma fonte, essa reunião serve para recordar a importância de manter a fé e o compromisso com os princípios do Islão, como o respeito pelos outros e o bom comportamento social.
"Devemos trabalhar, tratar bem todos os seres humanos, sem excepção, e não fazer maldade com ninguém, nem com os animais. Todos merecem ser bem tratados", reforça o líder.
Apesar dos desafios que o mundo enfrenta actualmente, o líder da comunidade muçulmana em Cabo Verde afirmou que pode contar com a liberdade religiosa, sem excepção, sem pressão ou discriminação.
"Aqui não temos problemas de guerra, temos a liberdade de rezar a qualquer hora e o Estado garante total liberdade para a prática da nossa fé", frisou o Imã Neka Thain.
O jejum diário é um esforço físico e espiritual, que, segundo Ima Neka, começa com a refeição antes do amanhecer, chamada “suhoor”, e é quebrado ao pôr-do-sol com o “iftar”.
Tradicionalmente, o jejum é rompido com tâmaras e água, seguido de uma refeição mais substancial.
Esse é o ritual que se repete ao longo de 29 ou 30 dias, dependendo da lua, e proporciona momentos de reflexão profunda sobre as bênçãos recebidas e as necessidades dos outros.
O fim do Ramadão é celebrado com o “Eid al-Fitr”, uma grande festa que marca a quebra do jejum.
É um dia de celebração, orações especiais, refeições festivas, troca de presentes e doações de caridade.
Para a comunidade muçulmana em Cabo Verde, o Eid al-Fitr é um momento de união, de agradecimento a Allah pelas bênçãos recebidas e de partilha com os menos favorecidos.
A Semana com Inforpress
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