Mais de dois mil cadáveres foram sepultados na cidade de Goma e arredores, nordeste da República Democrática do Congo, em resultado dos combates entre o Exército e o grupo M23 na última semana, disse o porta-voz do governo de Kinshasa, Patrick Muyaya.
Este número não tem em conta o número de pessoas que foram enterradas em valas comuns, disse o ministro do Interior e da Segurança, Jacquemain Shabani, que participou com o porta-voz numa conferência de imprensa na capital do país.
Desde a tomada de Goma na semana passada, na sequência de combates, agravou-se a situação humanitária na região.
Entretanto, o grupo armado M23 e aliados ruandeses avançaram em direção à província vizinha do Kivu do Sul, ameaçando Bukavu, a capital da região.
Num comunicado divulgado na segunda-feira à noite, o grupo armado afirmou que vai declarar um cessar-fogo a partir desta terça-feira “por razões humanitárias” e que não tenciona assumir o controlo de Bukavu ou de qualquer outra localidade.
Na semana passada, o M23 tinha dito que pretendia continuar a marcha até à capital, Kinshasa.
A ofensiva do M23 — grupo armado constituído maioritariamente por tutsis vítimas do genocídio ruandês de 1994 — aumentou as tensões com o vizinho Ruanda, uma vez que o governo da República Democrática do Congo acusa Kigali de apoiar o M23, uma alegação confirmada pelas Nações Unidas.
Por outro lado, Ruanda e o M23 acusam o Exército de Kinshasa de cooperar com as Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), um grupo fundado em 2000 por líderes do genocídio e outros ruandeses exilados para recuperar o poder político no país, uma colaboração que também foi corroborada pela ONU.
A atividade armada do M23 recomeçou em novembro de 2021 com ataques contra o Exército da República Democrática do Congo no Kivu do Norte.
A Semana com Lusa
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