terça-feira, 01 julho 2025

A ATUALIDADE

Provedor de Espanha recolheu 674 testemunhos de crimes sexuais na Igreja

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O provedor de Justiça de Espanha recolheu 674 testemunhos de abusos sexuais cometidos na Igreja Católica no país e apelou hoje às instituições públicas para avançarem com formas de compensação das vítimas e de prevenção de novos crimes.

parlamento espanhol decidiu em 10 de março de 2022 criar uma comissão presidida pelo provedor de Justiça, Ángel Gabilondo, para investigar, pela primeira vez de forma oficial, os abusos a menores no seio da Igreja Católica.

 Ángel Gabilongo apresentou hoje, presencialmente, aos deputados e senadores o relatório do trabalho dessa comissão, um documento que já tinha entregado em outubro e já era conhecido.

No entanto, o provedor atualizou hoje os números de testemunhos de vítimas e alegadas vítimas recolhidos pela comissão, que mantém abertos os canais de comunicação para quem quiser relatar e denunciar casos.

Assim, até agora, a Provedoria recolheu 674 testemunhos de alegadas vítimas ou de pessoas próximas de alegadas vítimas de abusos sexuais cometidos "no âmbito da Igreja Católica" em Espanha.

A comissão considerou válidos pelo menos 516 desses testemunhos.

As alegadas vítimas são 563 homens e 110 mulheres.

O relatório da Provedoria de Justiça inclui também o resultado de uma sondagem que estima que 1,3% da população adulta de Espanha foi vítima deste tipo de crimes, o que equivale a cerca de 445 mil pessoas.

Segundo a mesma estimativa, 0,6% dos abusos (envolvendo perto de 236.500 vítimas) foram cometidos por sacerdotes ou outros membros da Igreja Católica.

"Agora é a hora do Parlamento, como consequência da encomenda [à Provedoria] e deste relatório. É o momento do [poder] legislativo e do executivo. As vítimas esperam que se adotem, o mais depressa possível e da melhor forma, as recomendações e sugestões aqui formuladas", disse hoje Ángel Gabilongo, aos deputados e senadores, a quem pediu "medidas concretas".

Entre as 24 recomendações e sugestões do relatório do Provedor de Justiça está a criação de mecanismos para ressarcir as vítimas dos abusos sexuais na Igreja Católica, a organização de um evento público de reconhecimento dos abusos e mudanças legislativas para prevenir este tipo de crimes.

Na sequência deste relatório, o Governo espanhol aprovou em abril deste ano um plano para ressarcir as vítimas de abusos sexuais na Igreja Católica e disse ter iniciado negociações com os bispos para ser a instituição a assumir os custos das indemnizações.

O objetivo do Governo espanhol é atender a casos de abusos sexuais que não tiveram resposta judicial, por serem antigos e já terem prescrito ou por dificuldade de obtenção de provas, explicou na altura o ministro da Presidência, Félix Bolaños.

"Parece-me que a Igreja Católica tem vontade de trabalhar", assegurou o ministro.

A Igreja rejeitou e criticou os números do relatório do Provedor de Justiça, que considerou meras extrapolações, e tem dito que recusa contribuir para um fundo de indemnizações exclusivamente destinado a alegadas vítimas de abusos no seio das instituições católicas.

"A Igreja não pode aceitar um plano de discriminação da maioria das vítimas de violências sexuais", reafirmou a Conferência Episcopal, num comunicado.

A Conferência Episcopal Espanhola reconheceu até agora 1.057 casos e abusos sexuais, embora só considere como provados ou credíveis 358.

A Igreja Católica assegurou estar a trabalhar num programa de "reparação integral" das vítimas, sem dar pormenores.

A Semana com Lusa

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