terça-feira, 16 abril 2024

A ATUALIDADE

Manifestação na Praia: Milhares protestam com apitos e vaias contra o Governo

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Milhares de pessoas manifestaram-se hoje pelas ruas da capital cabo-verdiana, em protestos às políticas do atual governo do MpD. Apitos e vaias contra o executivo de Ulisses Correia e Silva marcaram os momentos mais altos da manifestação, quando os participantes pararam na rotunda junto ao palácio do governo, que esteve barrada e protegida por um forte contingente de forças de defesa e segurança, integrando polícia de intervenção, militares e agentes da Polícia Nacional.

O Asemanaonline seguiu toda a manifestação, que teve como slogan principal “Sima Nu sta Nu ka podi fika” e um cartaz maior de apoio ao advogado Amadeu Oliveira que se encontra preso na cadeia da Ribeirinha. Contou com o envolvimento de centenas de agentes e oficiais da Polícia Nacional, distribuídos por todo o trajeto do protesto.

Arrancou por volta das 16H30, da Praça Alexandre Albuquerque, onde também se ouviu “fora o governo”, “nhos deixa Câmara (de Francisco Carvalho) trabadja”. Passou pela avenida 5 de Julho, Fazenda e Avenida Cidade Lisboa e com uma paragem na rotunda, frente ao Palácio do governo. Um momento que foi mais agitado, no dizer de alguns agentes da PN presentes, com fortes apitos e vaias ao governo de Ulisses Correia e Silva. Ouviu-se palavras de ordens como “governo gordo, povo ku fome”; “ abaixo corrupção”; “no krê mais justiça”; “jovens meste emprego”; “no meste mais transporte”, “no meste segurança”, “no crê mais saúde”, entre outros dizeres que estavam inscritos em cartazes e dísticos.

A marcha de protestos prosseguiu depois pela artéria frente ao Telecom, em direção à Achada de Santo António, com concentração, por volta das 17H40, dos populares frente ao Palácio da Assembleia Nacional. Este foi um segundo momento mais alto dos protestos, com novos apitos e vaias ao poder instituído, como “abaixo mordomia”, “no crê transparência”, “povo ki poi ki tra”. Os protestantes estavam tão determinados em lutar que resolveram, até por volta das 18 horas, estender-se ao chão no local, frente ao aparato de forças de segurança que barraram a entrada da AN. E prometeram, gritando em uníssono: “no ta torna volta!”.

Justificação do protesto e cartão amarelo ao governo

Antes do arranque da manifestação, o presidente da Rede das Associações Comunitárias e Cívicas da Praia justificou que todos compareceram para manifestar o seu descontamento sobre muitas coisas que estão mal em Cabo Verde. “Hoje estamos a exigir mais justiça, mais segurança, mais transportes, mais saúde, mais emprego para jovens, igualdade salarial, trabalho digno, transparência na governação e o povo em primeiro lugar”, realçou Bernardino Gonçalves, apelando para uma manifestação pacífica e ordeira, como acabou por acontecer.

A jornalista e ativista social Rosana Almeida justificou ( momentos antes do arranque da manifestação na Praça Alexandre Albuquerque) a sua presença nessa jornada da luta do povo e para o povo da Praia e Cabo Verde em geral. “Pela democracia e seu aperfeiçoamento estarei sempre ao lado dos cabo-verdianos. Estive aqui na década de 90, na altura da abertura política, a recolher assinaturas para a queda do artigo 4º da Constituição e a liberdade de expressão. Estou aqui hoje a lutar para aquilo que as pessoas querem: o aprimoramento da democracia e de algumas coisas que precisam de ser melhoradas. Reclamam a politização extrema da administração pública, o agravamento do nível de vida dos cabo-verdianos, a falta de acesso mais célere à justiça, a insegurança e a questão da saúde – repare que a ilha turística da Boa Vista tem uma única Delegacia de saúde e não tem um hospital, onde pessoas grávidas morrem por serem transportadas por botes . Essas são situações que não se toleram nos dias de hoje”, fundamentou.

A medida que decorria a marcha várias pessoas aderiram à manifestação, que culminou com milhares de participantes junto da Assembleia Nacional. Questionada sobre este particular, Rosa Almeida considerou, no entanto, que não se pode ver a manifestação pelo número de pessoas. “Os cabo-verdianos, sobretudo os da ilha de Santiago, não saem à rua. Por mais que sejam 100 pessoas, há uma mensagem que se está a passar. E é isso que a gente deve ter em consideração”, comentou.

O certo é que, desta vez, segundo observadores atentos, o povo da Praia, sobretudo jovens e mulheres, participou melhor, respondendo assim ao chamamento dos organizadores do protesto. “Com as milhares de pessoas que saíram hoje à rua, fica este alerta como um cartão amarelo ao governo de Ulisses Correia e Silva”, concluiu um dos presentes na manifestação desta sexta-feira, promovida pela Rede das Associações Comunitárias e Cívicas da Praia.

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