Dezoito casos de tuberculose, sem registo de óbitos foram diagnosticados em 2024 nas estruturas de saúde dos seis municípios que compõem a Região Sanitária Santiago Norte (RSSN), menos dois que em 2023.
Estes dados foram avançados esta segunda-feira à Inforpress pelo director da RSSN, João Baptista Semedo, à margem da mesa redonda “Sim! Podemos acabar com a tuberculose! Compromisso, investimento e resultados”, realizada no âmbito da celebração do Dia Mundial da Luta Contra Tuberculose, assinalado hoje (24/03/225).
“O surgimento de casos novos da tuberculose mostra que há uma estabilização de novos casos anual, ou seja, em 2023 tivemos 20 casos, e 18 em 2024. Isto mostra que não tivemos um aumento exponencial de casos de tuberculose”, esclareceu o médico.
Segundo este responsável, esta ligeira diminuição em 2024, em que Santa Catarina teve sete, Santa Cruz cinco, Tarrafal três, São Lourenço dois, São Salvador do Mundo e São Miguel um cada, mostra que a situação desta doença que tem tratamento na região “está controlada”.
Relativamente ao tratamento da tuberculose, João Baptista Semedo garantiu que a região tem uma rede forte de centros de saúde, onde os doentes recebem o devido tratamento, gratuitamente, durante seis meses.
Por outro lado, notou que tendo em conta que a tuberculose é uma doença ligada às condições de vida, nomeadamente pobreza, desemprego e condições de habitabilidade, defendeu que outras instituições como câmaras municipais devem intervir para ajudar os pacientes para que estes possam continuar com o tratamento.
“Tratamento e diagnóstico são importantes, mas se os pacientes passam por dificuldades de vida têm mais chance de desistir do tratamento”, disse, alertando que o abandono pode trazer riscos de resistência ao tratamento tornando-se num caso crónico.
“Este ano [2025] estamos com um total de quatro casos comparativamente ao ano de 2024 que tivemos sete casos, mas, de momento, os casos estão controlados”, avançou à Inforpress a ponto focal da tuberculose em Santa Catarina, Célia Gonçalves.
Não obstante, o tratamento ser gratuito e acessível, e a estrutura de saúde dispor de medicamento, lamentou a negligência por parte de alguns pacientes, sobretudo os com perfil histórico de alcoolismo, que decidem interromper o tratamento.
O evento, numa iniciativa do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), em parceria com a Delegacia de Saúde de Santa Catarina e a RSSN, teve como palco a sala de conferências da Delegacia de Saúde de Santa Catarina, e foi presidido pelo vogal do INSP, Hélio Rocha.
A mesa redonda teve como objectivo reforçar a sensibilização sobre a tuberculose, destacando a importância da prevenção, detecção e tratamento precoce da doença.
A Semana com Inforpress
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