A presidente do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), Zaida Freitas, considerou este sábado que os casos de abuso e violência sexual contra menores, na ilha Brava, têm tendência para diminuir.
Zaida Freitas, que falava à Inforpress, no final da visita à ilha Brava, fez estas considerações depois do encontro com os membros do Tribunal e o Ministério Público.
Salientou, entretanto, que são casos “preocupantes”, por na sua maioria envolverem crianças muito pequenas, com menos de seis anos de idade.
“Se a nível nacional, a maior parte das situações que nós temos são de meninas entre os 14 e os 17 anos, aqui na Brava temos este fenómeno que a maioria dos casos são crianças ainda, de idade, muito pequeninas, o que quer dizer que a estratégia tem de ser diferente”, disse.
Neste sentido frisou esta responsável que o objectivo da instituição é ter de trabalhar muito juntamente com os parceiros de forma coordenada, sendo que é “extremamente importante” falar de mudança de mentalidade.
Zaida Freitas realçou ainda que a actuação do ICCA vem integrada no plano nacional de prevenção e combate ao abuso e violência sexual e que dentro deste plano também existe uma “campanha Proteja” que pretendem levar a todos os cantos de Cabo Verde e Brava não é excepção.
A Proteja, explicou, é uma estratégia de comunicação onde a instituição faz um apelo a toda a população para se juntarem ao ICCA nesta missão de protecção das crianças e dos adolescentes, sendo certo que o sistema de protecção é toda a sociedade civil.
“O ICCA pode ter este papel de coordenar este sistema de protecção, mas a família tem a responsabilidade maior, a comunidade tem uma grande responsabilidade, a escola, a sociedade civil, as instituições públicas, ou seja, nós todos temos que assumir este papel de dever de responsabilidade, de não ficarmos indiferentes e de exercermos o nosso papel adulto de protegermos as nossas crianças e adolescentes”, afirmou.
Freitas referiu ainda que neste município há famílias disfuncionais, sendo 60 por cento (%) de famílias monoparentais, sobretudo femininas, tendo em conta que a ilha tem uma taxa de emigração elevada, ou seja, de crianças que crescem muitas vezes sem esta figura também paterna de responsabilidade.
Esclareceu, todavia, que isto não quer dizer que na ausência da figura paterna as mães não possam exercer bem o seu papel, mas que independentemente disto é preciso essas figuras de autoridade.
Neste sentido, a presidente do ICCA defendeu a necessidade de trabalharem para a efectiva responsabilidade parental, ou seja, no exercício do seu papel, enquanto figura de autoridade, o pai tem que dar normas e dar regras.
A Semana com Inforpress
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