Um total de 16 pessoas, entre as quais quatro membros da polícia, morreram nos últimos sete dias nos confrontos entre as autoridades e manifestantes, que protestam contra os resultados eleitorais em Moçambique, avançou fonte oficial.
O balanço apresentado pelo Comando geral da Polícia da República de Moçambique (PRM) aponta ainda para a existência de 73 feridos, entre membros da corporação e os manifestantes, apoiantes de Venâncio Mondlane, candidato presidencial que lidera as manifestações contra os resultados das eleições de 09 de outubro.
A polícia moçambicana acusa os apoiantes de Mondlane e do Podemos, partido que o apoia, de tentarem “subverter a ordem Constitucional”, atacando, só na última semana, 11 postos policiais e três estabelecimentos penitenciários.
“Em conexão com estes factos criminosos, foram detidos 120 indivíduos”, declarou Orlando Mudumane, durante a apresentação do balanço, na noite de quinta-feira, no Ministério do Interior.
Segundos os dados das autoridades, 63 infraestruturas públicas e privadas foram vandalizadas, 73 estabelecimentos comerciais foram saqueados e 12 residenciais foram incendiadas.
“São autênticas ações subversivas”, frisou Orlando Modumane.
O anúncio da Comissão Nacional de Eleições (CNE), em 24 de outubro, dos resultados das eleições, em que é atribuída a vitória a Daniel Chapo nas presidenciais e, nas legislativas, ao partido Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), que reforçou a sua maioria absoluta, espoletou protestos populares, convocados por Mondlane e que têm degenerado em confrontos violentos com a polícia.
O último balanço da Organização Não-Governamental (ONG) Plataforma Eleitoral Decide, que observou o processo eleitoral, indicava que um total de 110 pessoas morreram e mais de 300 feridas em resultado dos confrontos entre polícia e manifestantes desde 21 de outubro.
Mondlane, que se encontra no estrangeiro, tem convocado os protestos a partir a partir da rede social Facebook, tendo, na sua última comunicação, prometido estar em Maputo para tomar posse como Presidente de Moçambique no dia 15 janeiro, data prevista para a tomada de posse do novo chefe de Estado.
“O 5.º Presidente eleito da República de Moçambique, eleito pelo povo, vai tomar posse no dia 15. Fiquem preparados”, declarou Mondlane, prevendo ainda anunciar, na segunda-feira, novos protestos para os próximos dias.
A Semana com Lusa
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