O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, revelou pela primeira vez o seu plano para o pós-guerra na Faixa de Gaza, que, pretende, seja uma área desmilitarizada, noticiou hoje a imprensa internacional.
De acordo com a agência de notícias EFE, este plano foi apresentado na noite de quinta-feira ao gabinete de guerra para aprovação e publicado hoje pelo Gabinete do primeiro-ministro.
No documento, Netanyahu recordou os objetivos a curto prazo de Israel na Faixa de Gaza: destruir as capacidades militares e a infraestrutura governamental tanto do Hamas como da Jihad Islâmica, libertar os reféns e impedir que Gaza volte a ser uma ameaça.
A médio prazo, o primeiro-ministro israelita anunciou que Israel manterá a liberdade de operações militares “sem limite de tempo” na Faixa de Gaza, com um perímetro de segurança na divisa e controlo israelita da fronteira entre Gaza e Egito para evitar o reaparecimento de “elementos terroristas” no enclave.
“A ‘Cerca Sul’ funcionará – em cooperação, dentro do possível, com o Egito e com a assistência dos Estados Unidos - baseando-se em medidas para prevenir o contrabando do Egito, tanto subterrâneo como aéreo, incluindo na passagem de Rafah”, segundo o plano.
Israel afirma também que manterá o controlo da segurança sobre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, sendo que no enclave palestiniano “haverá uma desmilitarização completa” para manter a ordem pública.
Quanto à administração civil e à ordem pública, seriam reguladas por funcionários locais com experiência administrativa distantes de "países ou entidades que apoiam o terrorismo e sem receberem pagamento destes", indica o documento, que anuncia um "programa abrangente de desradicalização” de instituições religiosas e educacionais no enclave, com a ajuda de outros países árabes.
A longo prazo, Netanyahu insiste na rejeição de um Estado palestiniano ou de “ditames internacionais de um acordo permanente” e prevê o fim da Agência das Nações Unidas de Assistência para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), “cujos agentes estiveram envolvidos no massacre de 07 de outubro”, afirmou o documento, apesar da falta de provas conclusivas sobre o envolvimento de funcionários deste organismo da ONU no ataque a Israel.
“Israel trabalhará para impedir as atividades da UNRWA na Faixa de Gaza e irá substituí-las por agências de ajuda internacional responsáveis”, consta o plano.
A Semana com Lusa
23 de Fevereiro de 2024
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