O presidente da Câmara do Turismo de Cabo Verde voltou a defender esta quarta-feira mais e melhor emprego para impedir que os jovens vejam na emigração uma solução para alcançar os seus objectivos e melhores condições de vida.
Jorge Spencer Lima ou Scapa, como é também conhecido, falava numa mesa redonda de alto nível sobre a temática “Construir soluções para qualificação e empregabilidade”.
O evento acontece no âmbito do fórum do Fomento Empresarial para debater emprego digno e formação profissional em Cabo Verde, promovido pelo Ministério da Promoção de Investimentos e Fomento Empresarial.
Do seu ponto de vista, o que se passa em Cabo Verde deve-se a uma questão mais global em termos de emprego, e os jovens estão a emigrar para procurar melhores condições de vida.
“E ninguém pode dizer nada contra isso. O cabo-verdiano sempre emigrou e vai continuar a emigrar. Agora, o problema que se põe neste momento é a importância dessas emigrações. Cabo Verde está a enfrentar uma escassez de mão de obra no mercado de trabalho a todos os níveis”, ponderou, insistindo que enquanto não se conseguir oferecer mais e melhor emprego, a juventude vai querer emigrar.
Nisto, considerando que neste momento, o sector privado é o maior empregador em Cabo Verde, entende que as empresas têm uma “responsabilidade grande” nesse sentido.
“Mais e melhor emprego. Nós temos de ser capazes, à medida que evoluímos, que a qualidade do emprego também melhore nos seus mais diversos níveis, a começar pelo salário. Existem sectores que têm capacidade e devem pagar os trabalhadores acima do salário mínimo nacional. As pessoas emigram porque procuram uma vida melhor. Procuram algo que não estão a encontrar aqui”, comentou.
Nessa linha de pensamento, segundo a mesma fonte, há que criar condições para que as pessoas possam ficar, fixar e não emigrar, rever e definir prioridades, pensando no turismo sim, mas só de modo a se ser capaz de desenvolver Cabo Verde, firmar o país na economia e ter mais gente para trabalhar.
Jorge Spencer Lima concluiu, enaltecendo a realização do fórum, sublinhando que vale sempre a pena esse tipo de iniciativas, defendendo, porém, uma mudança de atitude para que as coisas aconteçam.
“Tenho grande confiança no actual ministro do sector. Confiança no que ele vai fazer. Agora, tem que provar. Ele acabou de entrar… temos que lhe dar tempo. Este fórum é um passo neste sentido”, desafiou.
Admitindo, por seu lado, que o problema é complexo, o ministro da Promoção de Investimentos e Fomento Empresarial, Eurico Monteiro, diz-se empenhado em melhorar o sector, ciente de que não há uma “solução mágica” para resolver todos os problemas.
“Não há uma solução mágica que se possa oferecer para resolver todos os problemas. Agora, uma coisa é certa, nós estamos envolvidos de boa vontade.
Eu creio que temos um sistema que é razoável. Precisará seguramente de alguns melhoramentos, como tudo na vida. Portanto, simplificamos os procedimentos, agilizamos as coisas e encontrarmos as melhores soluções”, finalizou o governante.
A Semana com Inforpress
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