José Maria Neves, que cumpre uma agenda de visita de três dias ao Município de Ribeira Grande de Santiago, para se inteirar da situação actual do município em vários domínios, considerou que a comunidade está preocupada com falta de rendimentos e de oportunidade para os jovens.

Apontou que é uma localidade rural que precisa de um “olhar diferente” para que se possa criar oportunidades de emprego para garantir rendimentos às pessoas.

Nisso entendeu que é preciso que se acelerem alguns programas de combate à pobreza, ao constatar que há famílias que vivem em situação “extremamente” difícil.

José Maria Neves, que também esteve com os pescadores da localidade, avançou que a preocupação da Associação de Pescadores está mais voltada para a questão do acesso ao financiamento e à criação da Casa do Pescador.  

Segundo o chefe do Estado, isto se deve à “redução grande de peixe” no mar e ao custo elevado de combustível, dificultando a deslocação mais longe dos pescadores para a realização da actividade.

“Este tipo de actividade exige um apoio mais forte, uma assistência técnica, para que possam tirar mais rendimento desta actividade. É claro que há também um conjunto de outros projectos, designadamente de Organizações Não Governamentais (ONG), por exemplo Lantuna, que tem apoiado as mulheres que trabalham na apanha de areia”, notou Neves.

Relativamente a esta questão de apanha de areia, a ONG Lantuna informou, através da directora Executiva, Ana Veiga, que se está a criar alternativas no sentido de encontrar uma outra fonte de rendimento que não seja a apanha de areia.

“Uma prática perigosa para as mulheres, para além de afectar a biodiversidade e a destruição de praias”, disse Ana Veiga.

Concluiu José Maria Neves que é preciso ouvir as pessoas, as suas dificuldades e depois criar canais, para que as autoridades tenham a comunidade presente, no sentido de produzir políticas públicas que respondam às dificuldades.

A Semana com Inforpress