sexta-feira, 15 novembro 2024

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PR de Cabo Verde diz que se aprende melhor o português estudando a língua cabo-verdiana

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O Presidente da República de Cabo Verde considera que a melhor forma de se aprender o português é estudar paralelamente a língua cabo-verdiana, defendendo consensos para que esta seja oficializada no arquipélago africano.

 

 

A plena oficialização da língua cabo-verdiana exige “uma alteração da Constituição e, para isso, é preciso dois terços do Parlamento e isso não tem sido possível”.

 

A Constituição da República [de Cabo Verde] fala de duas línguas oficiais. A oficial é a língua portuguesa e devem ser criadas condições para a plena oficialização da língua cabo-verdiana”, disse José Maria Neves, em declarações à agência Lusa, durante a sua mais recente visita a Portugal.

José Maria Neves, que participou nas cerimónias do 50.º aniversário do 25 de Abril, em Lisboa, acredita que a melhor forma de se aprender a língua portuguesa – cujo dia mundial se assinala no domingo -, é “desenvolver a língua cabo-verdiana”.

“O português é o nosso património, temos de fazer tudo para aprender da melhor forma o português”, afirmou.

E defendeu um sistema bilingue no ensino cabo-verdiano: “No dia-a-dia, falamos a língua cabo-verdiana, é a nossa língua materna; toda a campanha eleitoral é feita na língua materna; no Parlamento é possível fazer discursos nas duas línguas e já há experiências a mostrar claramente que as crianças aprendem muito melhor o português se também, paralelamente, estudarem a língua cabo-verdiana”.

O sistema de ensino tem de ser um sistema bilingue e as pessoas aprenderem simultaneamente as duas línguas, aprenderem a língua cabo-verdiana como a língua materna e a língua portuguesa como a segunda língua e saírem do sistema de ensino a falarem fluentemente a língua cabo-verdiana e a língua portuguesa e, se possível, o inglês e o francês”, disse.

José Maria Neves sublinhou: “Esta pluralidade enriquece o país, não prejudica o país; é um sinal de enriquecimento o facto de nós termos essas duas línguas - a língua cabo-verdiana e a portuguesa”.

“As duas [línguas] são património de Cabo Verde e a língua portuguesa, pelo seu universo de falantes, é uma grande riqueza para Cabo Verde e nós temos de acarinhar convenientemente a língua portuguesa”.

Segundo ainda a Lusa, o chefe de Estado recordou experiências-piloto que mostraram a eficácia dessa aprendizagem bilingue.

“Enquanto primeiro-ministro [2001 – 2016], eu mesmo visitei várias escolas que estavam em experiência e pude fazer a comparação. As crianças com ensino bilingue, no final do ensino básico, falavam muito melhor o português do que aquelas que estavam a ser alfabetizadas apenas na língua portuguesa”, referiu.

Questionado sobre o que falta para a oficialização da língua cabo-verdiana, José Maria Neves apontou “os consensos entre os principais atores políticos”.

Nem toda a gente concorda, há resistência, há oposição. Há gente que acha que não se deve ensinar a língua cabo-verdiana, há gente que acha que a língua cabo-verdiana prejudica o ensino da língua portuguesa, há gente que acha que não estamos a falar bem o português porque insistimos em falar a língua cabo-verdiana”, disse.

E prosseguiu: “Os especialistas, aqueles que entendem a matéria – portugueses e cabo-verdianos – acham que devemos avançar para um sistema bilingue, falar as duas línguas”.

José Maria Neves disse que basta chegar a Cabo Verde e visitar uma escola dos primeiros anos.

Quando a gente chega e começa a falar o português, há uma barreira. As crianças estão em casa, falam com os pais, os vizinhos, com os amigos, brincam usando a língua cabo-verdiana e chegam à escola e têm de aprender a língua portuguesa. Então, há uma barreira (…). Se passarmos para a língua cabo-verdiana há uma outra desenvoltura, uma outra alegria das crianças”, disse conforme a fonte deste jornal.

Segundo o Presidente, não se pode avançar sem entendimentos, sem “os consensos necessários para que isso aconteça”.

A plena oficialização da língua cabo-verdiana exige “uma alteração da Constituição e, para isso, é preciso dois terços do Parlamento e isso não tem sido possível”.

Em 2019, a 40.ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) consagrou 05 de maio como o Dia Mundial da Língua Portuguesa.

Desde então, a efeméride é celebrada e partilhada pelos mais de 260 milhões de lusofalantes, nos cinco continentes, reconhecendo a língua portuguesa como uma das principais línguas de comunicação, a nível global, conclui a fonte que vimos citando.

 

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Colunistas

Opiniões e Feedback

David Dias
2 days 17 hours

Todos querem ser escritores. Todos, todos, todos.

António
4 days 16 hours

Descilpem, mas os antigos reformados não vivem assim, pois pensões não foram atualizadas.

António
12 days 15 hours

Quando as eleições terminarem fiscalize essas construções em russ estreitas e que são autenticas autenticas bombas

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